30º aniversário do ataque de Amia: ainda em busca de justiça e verdade

O ataque contra a Amia em 1994 em Buenos Aires continua a ser uma ferida aberta para os familiares das vítimas, 30 anos depois. Uma comovente manifestação ocorreu para homenagear os desaparecidos e exigir justiça. Apesar dos desafios e da impunidade persistente, a esperança é reavivada pela decisão da CIDH que implica o Estado argentino. Este encontro simboliza a luta pela verdade e pela justiça, lembrando à Argentina a importância da memória coletiva. No centro desta comemoração está um apelo à justiça, a não esquecer e a curar as feridas do passado para um futuro melhor.
Reunião de familiares das vítimas do atentado contra Amia em 1994 em Buenos Aires

18 de julho de 1994: uma data sombria, gravada na história da Argentina. Foi o dia em que uma explosão devastadora abalou a sede da Associação Mútua Judaica Argentina (Amia) em Buenos Aires, deixando 85 vítimas inocentes e centenas de feridos. Trinta anos se passaram desde este terrível ataque e, para os entes queridos das vítimas, a dor e a busca por justiça continuam tão fortes como sempre.

No 30º aniversário deste acto terrorista, centenas de pessoas reuniram-se para homenagear as vítimas e exigir justiça. Os rostos dos falecidos foram expostos em retratos, velas acesas e rosas colocadas em sua memória em frente ao local onde ocorreu a tragédia. Cada gesto estava impregnado de tristeza, de memórias e de uma exigência inabalável de verdade e reparação para as famílias enlutadas.

Amos Linetzky, Presidente da Amia, expressou com emoção o sentimento de frustração e injustiça diante da impunidade que persiste depois de tantos anos. Apontou as lacunas na investigação e as disfunções da justiça, denunciando a falta de vontade política para levar os culpados à justiça. Apesar dos esforços e das provas acumuladas, a sombra do Hezbollah e do Irão ainda paira sobre este caso, deixando o mistério em torno dos patrocinadores deste acto bárbaro.

A decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) de questionar a responsabilidade do Estado argentino por sua incapacidade de prevenir o ataque e de realizar uma investigação eficaz reavivou as esperanças de finalmente ver a luz da verdade chegar fora. Para as famílias das vítimas, é um raio de esperança na escuridão da impunidade e do esquecimento.

Para além da comemoração e das reivindicações, este encontro simboliza a força da memória coletiva e a luta pela verdade e pela justiça. Os familiares das vítimas não se cansam de exigir responsabilização, de pedir ações concretas para que a memória dos seus falecidos não caia no esquecimento.

A Argentina, terra de contrastes e lutas, deve enfrentar a sua história, as suas falhas e as suas responsabilidades. Ao honrar a memória das vítimas do ataque de Amia, ela confronta o seu dever de verdade e justiça, para com os entes queridos perdidos e para com a sua própria consciência colectiva.

Neste 30º aniversário, o murmúrio das rosas e das velas acesas ressoa como um apelo à justiça, um apelo a não esquecer, um apelo a reparar as feridas do passado para construir um futuro mais justo e mais humano.

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