Nos últimos meses, um vento de calma parece soprar sobre a província de Ituri, oferecendo um descanso bem-vindo aos seus habitantes. A coordenação da sociedade civil local relatou recentemente uma queda notável nos ataques perpetrados por milícias armadas que assolam a região. Na verdade, não foram relatados ataques nos territórios de Irumu, Djugu, Mahagi e Mambasa nos últimos três meses, o que constitui um raio de esperança para as populações locais.
De acordo com várias fontes consistentes, esta calmaria é o resultado de diálogos comunitários que resultaram em compromissos concretos para cessar as hostilidades. Os esforços conjuntos do Governo, da MONUSCO, dos líderes comunitários e das estruturas cidadãs contribuíram para sensibilizar os milicianos para a necessidade de dar prioridade às actividades pacíficas. Assim, muitos combatentes optaram por actividades de resiliência, como a agricultura, a mineração ou o acantonamento manual, preferindo dedicar-se a meios de subsistência legítimos.
Flory Kitoko, coordenadora interina do Programa de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração Comunitária e Estabilização (P-DDRCS) em Ituri, testemunha esta nova dinâmica: “Os milicianos têm armas, mas agora optam por deixá-las de lado para se dedicarem mais atividades produtivas Este desenvolvimento é encorajador porque contribui para restaurar uma aparência de normalidade na região.
Apesar destes avanços encorajadores, a sociedade civil em Ituri permanece vigilante face a possíveis abusos cometidos por alguns milicianos isolados, em particular casos de extorsão de mercadorias nas estradas. No entanto, Dieudonné Lossa, coordenador desta estrutura cidadã, continua optimista quanto à possibilidade de consolidação da paz na região: “Se conseguirmos desarmar eficazmente estes grupos armados, poderemos estabelecer bases sólidas para um futuro pacífico e próspero”.
É essencial que o Governo intensifique os seus esforços para recuperar armas ilegalmente detidas pelas milícias, a fim de garantir uma paz duradoura e evitar qualquer ressurgimento da violência. A crescente consciência dos milicianos sobre a importância da paz e do desenvolvimento económico constitui um passo significativo para a construção de uma sociedade mais justa e equilibrada em Ituri. Ao encorajar estes esforços de resiliência e reconciliação, é possível ver um futuro melhor para esta região, outrora devastada por conflitos armados.