O regresso dos combatentes da FNL do Burundi a Uvira, na província de Kivu do Sul, levanta muitas questões relativas à estabilidade da região e à reintegração destes indivíduos na sociedade. Na verdade, pelo menos 60 combatentes, que desejam regressar ao seu país de origem, estão actualmente à espera, procurando um quadro jurídico que garanta um regresso digno e seguro ao Burundi.
Tendo isto em mente, está previsto um workshop em Bujumbura, de 10 a 12 de Dezembro, para estabelecer um mecanismo regional destinado a facilitar o regresso destes combatentes e de outras pessoas que pretendam participar no Programa de Desarmamento, Desmobilização, Reintegração Comunitária e Estabilização (P- DDRCS). Este programa é essencial para garantir uma transição suave na vida destes indivíduos após um período de conflito armado.
É essencial que estes combatentes estrangeiros beneficiem de apoio temporário, nomeadamente em termos de saúde e alimentação, para facilitar a sua reintegração na sociedade. Envolver a Organização Internacional para as Migrações (OIM) para prestar esse apoio é um passo em frente, mas requer a apresentação de um plano claro por parte do P-DDRCS para uma coordenação eficaz.
Ao mesmo tempo, é essencial que o governo da RDC invista recursos significativos juntamente com os seus parceiros, especialmente as agências das Nações Unidas, para garantir o sucesso do programa e restaurar a autoridade do Estado na província do Sul do Kivu. O regresso destes combatentes estrangeiros também pode encorajar os grupos armados locais a depor as armas e a optar pela reconciliação e pela pacificação.
Para cumprir a sua missão, o coordenador nacional do P-DDRCS, William Kapuku, solicita a transferência de competências da MONUSCO, já desvinculada do Kivu do Sul. Apela também a uma melhor coordenação dos parceiros para evitar qualquer sobreposição e garantir a eficácia do programa.
Em suma, o regresso dos combatentes da FNL do Burundi a Uvira sublinha a importância da reintegração dos antigos combatentes na sociedade e da consolidação da paz na região. O apoio das organizações internacionais, dos governos e das agências humanitárias é essencial para garantir o sucesso deste processo de desarmamento e reintegração, restaurando assim a estabilidade e a autoridade do Estado no Kivu do Sul.