A região dos Grandes Lagos de África tem sido palco de numerosos conflitos armados e instabilidades políticas durante décadas. A República Democrática do Congo (RDC) e o Ruanda, dois países vizinhos, deram recentemente um passo crucial para resolver um problema que diz respeito a ambos: as Forças Democráticas de Libertação do Ruanda (FDLR).
Na verdade, um passo importante foi dado na terça-feira, 26 de Novembro, durante a 6ª reunião ministerial sobre o processo de paz no leste da RDC, que teve lugar em Luanda, Angola. Os Ministros dos Negócios Estrangeiros da RDC e do Ruanda adoptaram um documento que implementa o plano harmonizado para a neutralização das FDLR e o levantamento da defesa do Ruanda. Este documento, intitulado “Conceito de Operações” (CONOP), visa facilitar o desengajamento desta força rebelde e contribuir para a estabilidade da região.
Durante esta reunião, os ministros acordaram também na necessidade de prosseguir as negociações sobre outros aspectos do projecto de acordo apresentado às partes pelo mediador angolano João Lourenço em Agosto passado. Este progresso mostra o desejo dos dois países de encontrar soluções comuns para os desafios políticos e de segurança que os preocupam.
Além disso, o Mecanismo Reforçado de Verificação Ad Hoc (MVA-R) foi recentemente estabelecido em Goma, na província de Kivu do Norte, na RDC. Este mecanismo, supervisionado por Angola, visa monitorizar o cessar-fogo entre os dois estados, bem como as suas acusações mútuas de agressões e ataques. A assinatura de um memorando de entendimento entre o Ministro das Relações Exteriores de Angola e o Chefe da MONUSCO demonstra o compromisso das partes interessadas em trabalhar em conjunto para fortalecer a estabilidade regional.
Num contexto regional complexo marcado por conflitos persistentes, esta iniciativa conjunta entre a RDC e o Ruanda representa um passo positivo na procura de soluções duradouras para os desafios de segurança que afectam a região dos Grandes Lagos. Ao trabalharem de mãos dadas e ao promoverem o diálogo, estes dois países estão a abrir caminho para uma cooperação construtiva e para a consolidação da paz numa região há muito afetada pela agitação.