No domínio da saúde ocupacional em França e na Alemanha, foi feita uma observação alarmante relativamente ao aumento significativo das licenças por doença desde a crise da Covid-19. Os números falam por si: a duração média das licenças por doença por trabalhador aumentou significativamente, passando de oito dias para 11,5 em França e ultrapassando os 15 dias na Alemanha. Estas estatísticas revelam um verdadeiro desafio para os governos de ambos os países, confrontados com uma conta crescente que impacta a economia.
Vários fatores explicam esse aumento nas licenças médicas. O envelhecimento da população activa e a infelicidade no trabalho são elementos importantes a ter em conta. Além disso, a inflação salarial contribui para aumentar o custo dos subsídios diários pagos aos trabalhadores em licença médica. Diante dessa situação, algumas empresas reforçaram os controles para combater abusos, preservando a saúde e o bem-estar dos colaboradores.
As propostas para reduzir estas despesas ligadas às licenças médicas são diversas, mas muitas vezes difíceis de implementar politicamente. Alguns defendem uma redução na compensação ou o estabelecimento de dias de espera adicionais para limitar o abuso. Na Alemanha, alguns economistas acreditam mesmo que o controlo destas despesas poderia ajudar a sair da actual recessão económica.
Porém, é fundamental considerar que a gestão das licenças médicas não envolve apenas questões financeiras. A saúde dos trabalhadores e o seu bem-estar nas empresas devem ser prioridades. É crucial encontrar um equilíbrio entre o necessário controlo de custos e o respeito pelos direitos e necessidades dos trabalhadores.
Em suma, a questão das licenças por doença em França e na Alemanha demonstra os complexos desafios enfrentados pelos governos e pelas empresas. É necessária uma abordagem global, que tenha em conta os aspetos económicos e sociais, para encontrar soluções sustentáveis e equilibradas para este fenómeno crescente.