O relato emocionante da recente declaração do Secretário-Geral do Partido Comunista Sul-Africano, Solly Mapaila, revela as trocas políticas secretas entre o ANC e a DA no sentido da formação de um governo de coligação muito antes das eleições gerais de 29 de Maio.
Mapaila criticou fortemente o ANC pelas negociações secretas que tiveram lugar já em Março com o partido da oposição, a Aliança Democrática. Salientou que estas discussões clandestinas foram premeditadas e realizadas sem transparência. As alegações de Mapaila lançam luz sobre as manipulações políticas e manobras nos bastidores que minaram a transparência do processo eleitoral.
Os comentários da presidente federal da DA, Helen Zille, de que a maioria da comunidade empresarial local queria apoiar Cyril Ramaphosa e protegê-lo de outros partidos políticos, apoiaram as alegações de Mapaila de acordos secretos entre os dois partidos.
O Partido Comunista Sul-Africano denunciou a pressa de Ramaphosa e de outros membros pró-negócios do ANC para formar um governo de coligação com a DA, numa tentativa de obter a aprovação dos grandes actores económicos. Esta controversa aliança entre o ANC e a DA levantou preocupações sobre um possível compromisso dos ideais revolucionários e democráticos do país.
As eleições de 29 de Maio foram um importante ponto de viragem para o ANC, que perdeu a maioria absoluta pela primeira vez desde 1994. A decisão de formar uma coligação com a DA foi vista como uma traição aos princípios fundamentais do movimento de libertação sul-africano. .
Mapaila destacou que o ANC tentou esconder a sua colaboração com a DA sob o pretexto de criar um governo de unidade nacional. O encobrimento foi visto como uma tentativa de reconciliar as divisões internas dentro do ANC sobre a controversa aliança.
A incapacidade dos partidos políticos de cooperarem eficazmente num governo de coligação tem sido comparada a um casamento forçado, onde diferenças ideológicas e políticas impedem qualquer forma de colaboração frutífera. Esta situação evidencia as tensões e conflitos que resultam de pactos políticos motivados por interesses partidários e não pelo interesse geral.
Em conclusão, as revelações de Mapaila destacam a fragilidade do cenário político sul-africano e destacam questões cruciais relacionadas com a transparência, a democracia e a integridade das instituições políticas. Cabe à sociedade civil e aos cidadãos permanecerem vigilantes e responsabilizarem os seus líderes para garantir uma governação democrática e equitativa para todos os sul-africanos.