A crise do caju: um grande desafio para o Senegal

O sector do caju no Senegal está em crise, com uma colheita fraca e preços em alta, levando à suspensão das actividades dos processadores. A empresa Ethicajou teve de encerrar as suas operações em Casamança, impactando 119 colaboradores. Para reanimar o sector, são necessárias medidas urgentes, como o apoio ao processamento local e o incentivo aos intervenientes nacionais. É crucial agir rapidamente para garantir um futuro próspero para esta indústria estratégica para a economia senegalesa.
**Caju no Senegal: um setor em perigo**

A indústria da castanha de caju no Senegal atravessa actualmente um período de grandes dificuldades. A situação é alarmante, marcada por uma má colheita e um aumento nos preços da castanha de caju em bruto. Esta crise levou os processadores a suspenderem as suas atividades desde maio, deixando assim todas as unidades de processamento do país paralisadas.

Em Dakar, a situação é crítica. Os transformadores, nomeadamente o Ethicajou, foram fortemente impactados. Em vez das 300 toneladas de castanha de caju normalmente processadas, a empresa afirma que só conseguiu comprar 24 toneladas. Os preços exorbitantes, resultantes do declínio da colheita e da concorrência dos exportadores estrangeiros, comprometeram o fornecimento de matérias-primas aos processadores senegaleses.

Em Casamança, região estratégica para a produção de caju, a Ethicajou teve de cessar as suas atividades, deixando para trás 119 colaboradores. Este encerramento temporário realça as consequências desastrosas da crise no emprego local e na economia regional.

O sector do caju, embora represente apenas 3% da produção total no Senegal, tem um forte potencial de criação de emprego. Com uma capacidade de processamento de 2.000 toneladas de castanha de caju in natura por ano, o setor poderia oferecer mais de 2.600 empregos para trabalhadores e quase 900 vagas técnicas. Contudo, estas perspectivas promissoras são minadas pela actual instabilidade do sector.

Para revitalizar e sustentar a indústria da castanha de caju no Senegal, são necessárias medidas urgentes. É imperativo que as autoridades implementem políticas para apoiar a transformação local e medidas de incentivo para favorecer os intervenientes nacionais. A imposição de impostos sobre as exportações de matérias-primas e o incentivo às vendas aos processadores locais poderiam ser caminhos a explorar para garantir a sustentabilidade da actividade e apoiar o emprego no sector.

Em última análise, a situação crítica que o sector do caju enfrenta no Senegal exige uma acção rápida e concertada. Preservar este sector estratégico, apoiando a transformação local e protegendo os actores nacionais, é essencial para garantir um futuro próspero para esta indústria crucial para a economia senegalesa.

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