Marcha das mulheres contra a guerra em Kinshasa
Na quarta-feira, 15 de fevereiro, ocorreu um movimento sem precedentes nas ruas de Kinshasa, capital da República Democrática do Congo. Milhares de mulheres, de diferentes tendências e pertencentes a diversas associações de mulheres, organizaram uma marcha para dizer “não à guerra” e exigir o fim das hostilidades que assolam o leste do país.
Esta marcha, iniciada pela Ministra do Género, Família e Criança, reuniu mulheres tanto do serviço público como de movimentos e associações de mulheres. Todos vestidos de preto, percorreram as ruas de Kinshasa entoando slogans como “o Congo permanecerá um e indivisível”, “acabem a guerra, parem o genocídio, não à balcanização”. A sua determinação foi palpável quando expressaram o seu desejo de pôr fim à violência que assola o leste do país.
A procissão, de tamanho impressionante, desfilou no Boulevard du 30 Juin, onde milhares de mulheres se reuniram para fazer ouvir a sua voz. Sob um sol escaldante, caminharam quase uma hora antes de entregarem um memorando ao Presidente da República.
A Ministra do Género, Família e Criança, Mireille Masangu Bibi Muloko, sublinhou o significado desta iniciativa ao castigar a cumplicidade da comunidade internacional que se aliou aos opressores. Ela apelou ao desenvolvimento de novas estratégias para acabar com esta violência.
A presidente da Coalizão Nacional de Mulheres Líderes pela Paridade, Patricia Maisha, também falou na marcha. Sublinhou a importância da sensibilização da população e apelou à vigilância de todos para denunciar o inimigo e contribuir para o estabelecimento de uma paz duradoura.
Embora esta marcha tenha sido organizada principalmente por mulheres, alguns homens também decidiram aderir ao movimento para apoiar as suas mães, esposas e irmãs que sofrem as consequências da guerra.
Esta marcha pacífica beneficiou da presença e supervisão das forças policiais congolesas, demonstrando assim o empenho das autoridades em garantir a segurança e o bom funcionamento desta manifestação.
Esta iniciativa demonstra a importância crescente dos movimentos de mulheres na procura de soluções para acabar com a guerra e a violência na região oriental da República Democrática do Congo. Ela lembra ainda que a voz das mulheres é essencial e deve ser tida em conta nos processos de paz e reconstrução do país.
É agora essencial que esta marcha inspire outras ações e mobilize a atenção da comunidade internacional para obter uma resposta concreta e eficaz para pôr fim ao sofrimento da população congolesa.