O movimento grevista iniciado na Costa do Marfim desde 15 de outubro de 2024 por alguns sindicatos da educação pública, dos assuntos sociais e do setor da saúde continua a provocar reações e a perturbar a vida quotidiana dos estabelecimentos de ensino em Abidjan. Esta greve de 72 horas, lançada para exigir o pagamento de bónus trimestrais, criou um ambiente particular nas escolas públicas e secundárias.
Em Cocody, um bairro residencial de Abidjan, a escola secundária moderna vê os seus alunos sem os seus professores habituais. Alguns optam por voltar para casa para estudar com os pais, conscientes dos desafios da sua educação. Outros, mais pragmáticos, estão preocupados com os custos adicionais de transporte gerados por esta situação de greve.
Por outro lado, no clássico colégio de Cocody, um clima semelhante reina entre os alunos que se veem ocupando o tempo no pátio, na ausência dos professores. Enquanto isso, a administração lista os professores em greve, sob o olhar atento do diretor, ilustrando o desequilíbrio causado por esse movimento social.
Os sindicatos, na origem desta greve, exigem principalmente o pagamento de prémios de incentivo, ao mesmo tempo que denunciam violações da liberdade de associação e intimidações por parte da administração. Esta exigência entra em conflito com a posição do governo da Costa do Marfim, que descreve este movimento grevista como ilegal e injustificado, argumentando que as discussões e o diálogo social estão em curso.
Na verdade, o comité consultivo, criado para lidar com questões sociais, está hoje a iniciar discussões com os parceiros sociais e o governo, destacando a importância do diálogo e da negociação para resolver litígios e responder às reivindicações legítimas dos trabalhadores.
Esta situação expõe as tensões e os desafios do mundo do trabalho na Costa do Marfim, destacando a necessidade de encontrar um equilíbrio entre as exigências dos trabalhadores e as restrições económicas e políticas do país. Parece, portanto, essencial procurar soluções duradouras para garantir condições de trabalho justas que respeitem os direitos dos trabalhadores, preservando ao mesmo tempo a estabilidade social e económica do país.