Fatshimetrie: Debates em torno da proibição de plásticos descartáveis em Lagos
O anúncio do governo do estado de Lagos de planos para proibir plásticos descartáveis e sachês de água gerou uma onda de reações diversas entre os moradores da cidade. Enquanto alguns consideram esta medida um passo crucial para a protecção do ambiente e da saúde pública, outros manifestam preocupações sobre as consequências económicas e sociais que tal proibição poderia trazer.
O Comissário para o Ambiente e Recursos Hídricos, Tokunbo Wahab, justificou a política enfatizando a importância de encontrar soluções sustentáveis para gerir os resíduos plásticos, observando que os plásticos descartáveis levam séculos a degradar-se, tornando a proibição essencial para a protecção ambiental. Mencionou também o trabalho com o sector privado para fornecer alternativas aos recipientes de poliestireno e outros plásticos descartáveis, apoiando simultaneamente a investigação de novas soluções tecnológicas.
No entanto, o anúncio causou confusão e preocupação entre os sectores da indústria transformadora e do comércio retalhista, temendo perdas de emprego, perturbações económicas e incerteza quanto ao futuro. Os vendedores de água em saquetas também estão preocupados com o impacto que a proibição poderá ter nos seus meios de subsistência.
Alguns residentes, como Akinyemi Bolaji, destacaram o risco de perdas massivas de empregos associadas à proibição. Apelam ao governo para que considere alternativas para evitar que muitas pessoas fiquem desempregadas. Do seu ponto de vista, educar o público sobre a forma adequada de gestão de resíduos e colocar caixotes do lixo em todas as paragens de autocarro e em todas as casas poderia ajudar a resolver o problema.
Outros, como a Sra. Vera Osiyemi, destacaram a importância dos sachês de água na prevenção de doenças como a cólera. Acreditam que a proibição poderá ter consequências prejudiciais para a saúde pública se não for acompanhada de medidas adequadas para garantir o acesso a água limpa e a preços acessíveis. Defendem uma maior sensibilização e esforços para reforçar a qualidade e a higiene dos produtos disponíveis no mercado.
Os vendedores de água em saquetas, como Afusat Ajibola, manifestam cepticismo quanto à viabilidade da proibição, alertando para o risco de um possível surto de cólera se não forem tomadas medidas adequadas. Destacam a necessidade de o governo implementar políticas de gestão de resíduos mais eficazes, em vez de optar por uma proibição total..
Em última análise, a questão da proibição dos plásticos descartáveis em Lagos levanta complexos desafios ambientais, económicos e de saúde pública. É essencial que todas as partes interessadas trabalhem em conjunto para encontrar soluções sustentáveis que conciliem a protecção ambiental com as realidades socioeconómicas da população local. Uma abordagem equilibrada, baseada na cooperação e na inovação, poderia oferecer um caminho para um futuro mais sustentável para Lagos e a sua população.