Nestes dias de tensão acrescida no Médio Oriente, o mundo prende a respiração enquanto a faísca de um potencial conflito entre o Irão e Israel ameaça engolir a região. Os bastidores diplomáticos estão agitados, as manobras políticas intensificam-se e os olhares voltam-se para os principais intervenientes, como os Estados Unidos, Israel, o Irão e os seus aliados regionais.
O Irão, num estado de ansiedade crescente, está desesperado para avaliar as reacções de Israel após o seu ataque com mísseis no início deste mês. Incertos quanto à resposta israelita e conscientes do enfraquecimento do seu aliado Hezbollah, os líderes iranianos procuram vias diplomáticas para evitar uma escalada incontrolável.
Os Estados Unidos, por seu lado, estão a tentar usar a sua influência para impedir que Israel atinja instalações nucleares e petrolíferas iranianas, temendo uma propagação regional do conflito. O presidente Joe Biden manteve conversações cruciais com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, pedindo uma resposta “proporcional” de Israel.
Os aliados dos EUA no Golfo também manifestam preocupação com um possível ataque à infra-estrutura petrolífera iraniana, destacando os principais desafios económicos e ambientais para a região. A sombra de uma guerra regional mais ampla, envolvendo directamente os Estados Unidos, é iminente.
O impacto das recentes acções israelitas, tanto em Gaza como no Líbano, põe em causa o peso da influência americana sobre Israel. As intensas operações militares levadas a cabo por Israel, sem consulta prévia aos Estados Unidos, reflectem uma dinâmica em evolução, minando a coordenação entre aliados tradicionais.
Neste clima de incerteza, o Irão, embora não pretenda envolver-se num conflito de grande escala, continua a ser um interveniente fundamental neste complexo jogo diplomático. Os apelos à contenção e à moderação estão a aumentar, na esperança de evitar o pior e encontrar formas de acalmar a escalada.
Em suma, o destino do Médio Oriente e dos equilíbrios internacionais depende das decisões que serão tomadas nos próximos dias. O futuro da região dependerá dos actores políticos e da sua capacidade de conter uma crise que ameaça alastrar-se muito para além das suas fronteiras.