Luta contra a expropriação de terras em Kinshasa: uma questão crucial para a comunidade

Fatimetrie, 10 de outubro de 2024 (Fatshimetrie) – No centro das notícias em Masina, na cidade de Kinshasa, na República Democrática do Congo, o mercado “Indu” é palco de uma espoliação preocupante. A administradora do mercado, Élisée Mwadi, dá o alarme sobre a ocupação ilegal de parte do terreno por indivíduos não identificados. Estes últimos chegaram a lançar um ultimato exigindo o abandono do espaço em benefício dos seus projetos de construção.

Este conflito fundiário infelizmente não é novo, tendo já provocado reações por parte das autoridades no passado. As intervenções de sucessivos governadores, nomeadamente André Kimbuta e do vice-governador Gekoko, não foram suficientes para resolver a questão de forma sustentável. Perante esta nova ameaça, Élisée Mwadi anuncia uma próxima mobilização para defender os direitos dos comerciantes no mercado Indu e exigir uma solução duradoura para este conflito.

Esta situação em Masina reflecte uma realidade mais ampla em Kinshasa, onde os espaços públicos são regularmente saqueados, alimentando disputas de terras e enfraquecendo o tecido social. Além do mercado Indu, o distrito de Kingasani, na comuna de Kimbanseke, também enfrenta a desapropriação do seu escritório distrital. Os moradores desta zona denunciaram esta apropriação ilegal, apelando aos vereadores para intervirem e restabelecerem a legalidade.

Estes eventos realçam a necessidade de uma acção concertada para preservar os bens públicos e proteger os interesses das populações locais. A mobilização dos cidadãos e o recurso às autoridades judiciais parecem ser alavancas essenciais para lutar contra as práticas de desapropriação e garantir o respeito pelos direitos dos habitantes de Kinshasa.

Em última análise, a defesa dos espaços públicos e o combate à expropriação de terras são questões cruciais para a preservação do ambiente urbano e o bem-estar das comunidades. Face às ameaças que pesam sobre o mercado Indu e o distrito de Kingasani, é urgente reforçar os mecanismos de protecção do domínio público e promover uma gestão transparente e equitativa dos recursos terrestres. Só uma acção colectiva e determinada permitirá preservar a integridade dos bairros de Kinshasa e garantir um desenvolvimento harmonioso em benefício de todos.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *