Num contexto em que a fuga de cérebros se tornou um grande problema nas universidades nigerianas, o Senado apelou recentemente a uma melhoria nas dotações orçamentais para estes estabelecimentos no projecto de orçamento para 2025. Esta decisão surge na sequência da adopção de uma moção durante uma sessão plenária.
A moção, intitulada “Necessidade urgente de enfrentar os crescentes desafios da fuga de cérebros no sistema universitário nigeriano”, foi patrocinada pelo senador Ani Anthony (APC-Ebonyi). Observou que, nos últimos anos, muitos profissionais altamente qualificados, especialmente no meio académico, deixaram a Nigéria em busca de melhores condições de trabalho.
Segundo ele, esta fuga de cérebros agravou a lacuna de competências da força de trabalho, o que poderá prejudicar o crescimento económico e o desenvolvimento do país. Na verdade, um relatório da Comissão Nacional de Universidades (NUC) indica que muitas universidades nigerianas funcionam com menos de 50% do pessoal académico necessário.
O Senador Ani expressou preocupação pelo facto de os salários dos professores universitários na Nigéria estarem entre os mais baixos do mundo e não serem revistos há mais de 15 anos, o que já não corresponde às actuais realidades económicas do país. Salientou que as condições de trabalho em muitos países da África Ocidental eram significativamente melhores do que as do sistema universitário nigeriano.
A perda contínua de docentes experientes de universidades nigerianas para outros países ameaça a qualidade do ensino, da aprendizagem e da orientação dos estudantes nas nossas instituições de ensino superior. O Senador Ani destacou que a fuga de cérebros é particularmente preocupante em sectores-chave como a engenharia, a medicina e a ciência, que são essenciais para o desenvolvimento socioeconómico do país.
Tendo em conta esta situação, o Senado decidiu conferir poderes ao Comité do Ensino Superior e ao TETFUND para cooperar com agências governamentais relevantes e desenvolver modalidades para conter a fuga de cérebros nas universidades nigerianas.
O Presidente do Senado sublinhou que todos os meios devem ser implementados para encontrar soluções para este problema preocupante no ensino superior do país. Mencionou que as razões para a fuga de cérebros eram principalmente económicas e que uma revisão do emprego do pessoal nas instituições de ensino superior ajudaria a aliviar este fenómeno.
Esta consciência da situação é um primeiro passo importante para uma solução viável para combater a fuga de cérebros nas universidades nigerianas e preservar a qualidade do ensino superior no país.. É essencial que sejam tomadas medidas concretas para reter talentos localmente e garantir um ambiente propício ao desenvolvimento de professores e alunos.