Fatshimetrie, 1 de Outubro de 2024 – A questão dos abortos clandestinos na República Democrática do Congo levanta uma série de preocupações e questões sociais que foram destacadas durante uma recente campanha de sensibilização em Uvira, Kivu do Sul. Organizada à margem do Dia Mundial do Direito ao Aborto, esta iniciativa teve como objetivo alertar a comunidade para os perigos a que estão expostas as mulheres e jovens que recorrem ao aborto clandestino.
O Dr. Claude Watokalusu, consultor da organização “SOS Mulheres e Crianças em Desastres (SOS FEC)”, sublinhou a importância de sensibilizar a população para estes riscos, muitas vezes motivados por pressões sociais e familiares. Os testemunhos partilhados durante esta campanha destacaram as múltiplas razões que podem levar as mulheres a optar pelo aborto clandestino. O medo das consequências de uma gravidez indesejada, o estigma social, as pressões familiares, a violência sexual são factores que podem levar a decisões desesperadas que são perigosas para a saúde das mulheres.
É essencial sublinhar que estas práticas perigosas não são isentas de consequências. Além dos riscos associados ao aborto clandestino, as mulheres enfrentam complicações médicas graves, por vezes fatais. O Dr. Watokalusu também destacou a importância do planeamento familiar como um meio eficaz de prevenção contra gravidezes indesejadas e abortos inseguros.
A campanha de sensibilização também destacou o papel dos profissionais de saúde e de estruturas como a “SOS FEC” no apoio às mulheres em perigo. Através de ações concretas, como o aumento de consultas mensais e intervenções de prevenção, estas organizações ajudam a salvar vidas e a promover a saúde reprodutiva das mulheres.
Para assinalar este evento, uma caravana motorizada percorreu a cidade de Kalundu para sensibilizar o público sobre a luta contra o aborto ilegal. Esta acção visa quebrar o tabu que rodeia esta prática e incentivar o diálogo aberto sobre a saúde reprodutiva e os direitos das mulheres.
Em conclusão, esta campanha de sensibilização em Uvira destacou a importância de prevenir o aborto clandestino e de promover o acesso seguro e legal ao aborto. É essencial continuar a informar e educar a população sobre estas questões cruciais para a saúde das mulheres e a justiça reprodutiva.