Na agitada região oriental da República Democrática do Congo, um grupo rebelde, conhecido como M23, controla uma lucrativa área mineira. Esta área, localizada em Rubaya, contém reservas de um mineral fundamental utilizado na fabricação de smartphones e computadores. Bintou Keita, chefe da missão da ONU na RDC, revelou que o M23 gera cerca de 300 mil dólares por mês com esta mineração ilegal.
O conflito no leste da RDC é um dos mais longos e devastadores da história recente. Mais de 120 grupos armados competem por poder, terras e recursos minerais valiosos, enquanto outros tentam proteger as suas comunidades. Estes confrontos levaram ao deslocamento de mais de 6 milhões de pessoas na região.
O M23, composto principalmente por tutsis, separou-se do exército congolês há mais de uma década para formar um grupo rebelde. Em 2012, lançaram uma grande ofensiva e assumiram o controlo da capital provincial de Goma, perto da fronteira com o Ruanda, a mesma cidade que voltam a ameaçar.
As alegações de que o Ruanda apoia o M23 suscitaram fortes reacções e aumentaram as tensões entre os dois países. O Ruanda nega qualquer envolvimento em crimes de guerra cometidos no leste da RDC, mas admitiu em Fevereiro passado a presença de tropas e sistemas de mísseis na região para proteger as suas fronteiras, em resposta ao fortalecimento das forças congolesas perto da fronteira.
No mês passado, peritos da ONU estimaram que entre 3.000 e 4.000 soldados ruandeses estão destacados ao lado do M23 na RDC, representando uma escalada significativa do conflito. Um tribunal regional da África Oriental abriu um processo sobre a acusação da RDC contra o Ruanda de violar a sua soberania ao enviar tropas para ajudar os rebeldes no leste do país.
Esta situação complexa evidencia mais uma vez os grandes desafios políticos e de segurança que a região enfrenta. Salientam também a importância de criar mecanismos internacionais para prevenir o comércio ilegal de minerais e apoiar os esforços de paz e estabilidade no leste da RDC.