Neste dia 30 de setembro, as ruas de Kinshasa foram palco de uma manifestação inédita liderada por mototaxistas em protesto contra os múltiplos assédios policiais e extorsão de que são vítimas diariamente. Esta greve, que paralisou o trânsito na capital congolesa, reflecte a indignação e consternação destes motociclistas face às práticas ilegais e abusivas que dificultam a sua actividade profissional.
Os mototaxistas, actores essenciais da mobilidade urbana em Kinshasa, denunciam veementemente a actuação da polícia, dos militares e dos agentes de transportes que, segundo eles, procuram explorá-los financeiramente, impondo-lhes impostos ilegais e extorquindo-os impiedosamente. Esta situação insuportável levou os motociclistas a fazerem uma greve radical, interrompendo o trânsito e obrigando os seus colegas não grevistas a cumprirem o seu movimento de protesto.
Para além do protesto contra os abusos policiais, esta greve destaca as dificuldades socioeconómicas enfrentadas pelos mototaxistas em Kinshasa. Vítimas de práticas ilegais e injustas, estes trabalhadores rodoviários encontram-se muitas vezes em situações precárias, obrigados a pagar subornos para exercerem a sua profissão em paz. Esta mobilização, embora perturbadora, revela a determinação dos motociclistas em fazer valer os seus direitos e obter das autoridades uma resposta adequada às suas legítimas reivindicações.
A voz do presidente dos motociclistas, Jean Paul Bongamba, ressoa como um apelo ao Estado para que assuma efetivamente o controle da situação. Salienta que cabe às autoridades a responsabilidade de resolver os problemas que assolam o sector motociclista, apelando a ações concretas para pôr fim aos abusos e injustiças sofridas pela profissão.
Perante este movimento grevista, as autoridades congolesas são chamadas a encontrar soluções duradouras para os problemas levantados pelos mototaxistas. É imperativo estabelecer um clima de trabalho justo e equitativo para estes profissionais rodoviários, garantindo a sua segurança e dignidade no exercício das suas funções. Esta mobilização cidadã destaca as questões cruciais ligadas à regulação do sector dos transportes em Kinshasa e apela a uma resposta urgente e concertada para melhorar as condições de trabalho dos mototaxistas e garantir um serviço de qualidade à população.