Num mundo onde as viagens aéreas se tornaram comuns, estão surgindo mudanças na experiência de voo oferecida pelas companhias aéreas de todo o mundo. Na verdade, várias grandes empresas estão a considerar abandonar as refeições gratuitas a bordo de determinados voos, uma decisão que corre o risco de transformar os hábitos dos passageiros.
A Air France, por exemplo, anunciou que testará um novo sistema de compra de refeições e bebidas a bordo de alguns dos seus voos de curto e médio curso a partir de 2025. A partir de agora, os passageiros terão a opção de adquirir a sua refeição no momento da reserva, até até 24 horas antes da partida. Esta iniciativa pretende oferecer aos viajantes uma maior variedade de escolhas alimentares, ao mesmo tempo que permite à empresa reduzir o desperdício alimentar a bordo.
A tendência faz parte de um movimento mais amplo observado na indústria aérea desde a década de 1990, quando muitas companhias aéreas tradicionais eliminaram gradualmente as refeições gratuitas em voos de curta e média distância. A British Airways e a Lufthansa, entre outras, já adoptaram este sistema em alguns dos seus voos mais curtos.
Contudo, nem todas as empresas seguem esta tendência. As companhias aéreas de baixo custo, como a Ryanair e a easyJet, continuam a oferecer refeições e bebidas gratuitas na classe económica. Os passageiros da classe executiva, por sua vez, continuarão a beneficiar de refeições e bebidas gratuitas, preservando assim alguma distinção no serviço de bordo.
Em última análise, o desaparecimento das refeições gratuitas nos aviões não é apenas uma questão de custos para as companhias aéreas, mas também uma questão ambiental. Com efeito, a redução do desperdício alimentar gerado pela indústria do transporte aéreo é uma questão importante, como evidenciado pela observação feita pela IATA em 2023, segundo a qual 1,14 milhões de toneladas de desperdício alimentar são geradas todos os anos pela restauração a bordo dos aviões. Ao oferecer um serviço de catering pago, as companhias aéreas poderiam ajudar a limitar este impacto e oferecer uma experiência mais personalizada e diversificada aos seus passageiros.
Assim, enquanto alguns na indústria se adaptam a esta nova realidade, caberá aos passageiros ajustarem-se a estas mudanças e talvez redefinirem a sua visão da experiência de voo ideal. Uma coisa é certa: a evolução do setor do transporte aéreo continua a surpreender, abrindo caminho a novas perspetivas e inovações na arte de viajar.