Fatshimetrie, edição de 27 de dezembro de 2024 – O problema da exploração ilegal dos recursos naturais, em particular da madeira, continua a assolar a província de Equateur, na República Democrática do Congo. Revelações recentes da Rede Nacional de Observadores dos Recursos Naturais (RENOI) destacam um novo episódio preocupante neste caso.
Com efeito, o território de Bolomba tem sido palco de exploração massiva e não autorizada de madeira, pondo em perigo a biodiversidade da região. Uma carga de mais de 3.300 metros cúbicos de madeira, correspondente a cerca de 900 toros de diversas espécies, foi embarcada ilegalmente do sector de Losanganya para Kinshasa. As empresas chinesas envolvidas, COKIBAFODE e SCIFOR, encontram-se no centro deste assunto opaco e controverso.
Perante esta situação alarmante, a RENOI tomou medidas para documentar e denunciar estas práticas ilegais. Foi realizada uma missão de monitorização nas instalações portuárias de Maluku e N’Sele para confirmar a presença da carga incriminada. As recomendações emitidas pela RENOI visam estabelecer uma justiça eficaz e prevenir o desaparecimento fraudulento desta carga antes do julgamento do caso.
Para além das responsabilidades individuais, é todo o governo congolês, em particular o Ministério do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável, que é posto em causa. Devem ser tomadas medidas concretas para rescindir os contratos de concessão madeireira em questão, organizar a monitorização regular em áreas sensíveis e reforçar o controlo das actividades madeireiras para limitar os danos ambientais.
A voz de notáveis locais e membros empenhados da RENOI, como Félix Bongelemba Gombele ou Joseph Djibu, ressoa como um apelo à consciência colectiva e à acção responsável. A preservação dos recursos naturais e a luta contra a exploração ilegal devem ser prioridades máximas para garantir um futuro sustentável para as gerações futuras.
Em conclusão, o caso da exploração madeireira ilegal na província de Equateur recorda-nos a necessidade urgente de repensar as nossas práticas e promover a gestão sustentável dos recursos naturais. A luta para preservar o nosso ambiente comum só pode ser vencida através de uma acção concertada e de uma vigilância constante. ACP/JF