Caso de violações dos direitos dos migrantes na Tunísia: um segundo pedido de investigação ao TPI

Fatshimetrie foi recentemente palco de um caso sensacional envolvendo familiares e advogados de figuras da oposição tunisina detidas. Estas pessoas solicitaram ao Tribunal Penal Internacional que investigasse alegações de violações dos direitos dos migrantes na Tunísia.

Familiares de vários políticos presos já tinham solicitado ao tribunal no ano anterior que examinasse alegações de perseguição política e abusos dos direitos humanos por parte da administração do Presidente Kais Saied. Após novas alegações, os advogados agora dizem que estão entrando com um segundo pedido de investigação.

Numa declaração comovente, o advogado Rodney Dixon afirmou: “Os migrantes negros africanos enfrentam um tratamento brutal e cruel por parte das autoridades tunisinas. Muitos migrantes relatam detenções arbitrárias em terra ou no mar seguidas de “expulsões colectivas para regiões desérticas, enquanto são espancados, maltratados e submetido a abuso psicológico.”

“O TPI tem jurisdição para investigar estas alegações de crimes contra a humanidade e deve agir em plena conformidade com o direito internacional para proteger os mais vulneráveis”, acrescentou.

Os migrantes subsarianos entram frequentemente na Tunísia como um trampolim para a Europa.

Rejeitando as acusações, as autoridades tunisinas afirmaram que o seu pessoal de segurança age com “profissionalismo” e respeita “princípios e padrões internacionais”. No ano passado, a Tunísia concluiu um acordo de 100 milhões de euros com a UE para ajudá-la a lidar com a migração ilegal.

As alegações surgem no momento em que Saied busca um segundo mandato nas eleições de 6 de outubro. Os críticos acusam Saied, que governa por decreto desde 2021, de eliminar a competição política e intensificar o regime autoritário.

Este caso destaca os desafios e problemas enfrentados pelos migrantes na Tunísia, revelando a necessidade premente de uma ação internacional para garantir o respeito pelos direitos humanos fundamentais para todos os indivíduos, independentemente do seu estatuto migratório.

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