Na pequena cidade de N’sele, um edifício administrativo enfrenta uma proliferação invulgar de funcionários públicos. O que originalmente deveria ser um espaço para albergar os serviços descentralizados do Ministério do Interior tornou-se um verdadeiro desafio logístico.
Com efeito, para além dos serviços previstos, todos os restantes serviços municipais dos vários ministérios passam a estar alojados nestes espaços. Esta promiscuidade forçada cria condições de trabalho longe das ideais para os agentes administrativos que ali trabalham.
Os depoimentos dos funcionários presentes no local revelam uma consciência aguda das condições precárias em que trabalham diariamente. Salas de reunião divididas em salas apertadas de 2 metros quadrados, escritórios compartilhados por vários departamentos em um espaço pequeno e dificuldades no manuseio de arquivos sensíveis com privacidade: esse é o retrato descrito do cotidiano desses agentes.
Nesse ambiente apertado, cerca de vinte agentes compartilham cadeiras e fazem malabarismos em seus espaços limitados para receber visitantes e processar arquivos. A coabitação forçada de vários departamentos cria tensões e a partilha do mesmo escritório por dois departamentos distintos não facilita a tarefa.
A falta de discrição é uma grande preocupação para alguns funcionários públicos, obrigados a processar informações confidenciais em espaços partilhados e sem confidencialidade. Ter que realizar reuniões importantes ou receber visitantes em corredores estreitos não só é inconveniente como também pode comprometer o trabalho que está sendo realizado.
É ainda referido que esta sobrepopulação se deve à atribuição de novas unidades ao município de N’sele, sem ter em conta o limitado espaço disponível. Apesar dos relatórios enviados à hierarquia, os ajustes necessários demoram a ser implementados, deixando os agentes em condições precárias de trabalho.
Esta situação realça a necessidade de uma gestão mais eficiente dos recursos e do espaço na administração pública. É imperativo garantir condições de trabalho óptimas aos funcionários públicos para que possam desempenhar as suas missões nas melhores condições possíveis.