As questões cruciais da revisão constitucional no Senegal

Fatshimetrie: Os desafios da revisão constitucional no Senegal

Esta segunda-feira, 2 de setembro, no Senegal, os deputados estão no centro de uma batalha política de importância capital: a revisão da Constituição. Um projeto de lei apresentado pelo governo de Bassirou Diomaye Faye está na ordem do dia, apesar de ter sido previamente rejeitado pela Comissão Jurídica. Se os deputados não aprovarem esta revisão, poderá levar à dissolução da Assembleia Nacional e à realização de eleições legislativas antecipadas, com potenciais repercussões na votação do Orçamento do Estado.

A especialista em Democracia, Eleições e Governação, Ndiaga Sylla, sublinha a urgência desta situação. Segundo ele, a realização de eleições legislativas antecipadas a partir de meados de Novembro é a única solução viável para garantir o bom funcionamento das instituições. Na verdade, uma nova Assembleia Nacional deve ser criada rapidamente para garantir a aprovação do orçamento antes do final de 2024.

Neste contexto tenso, a sociedade civil senegalesa apela a um diálogo inclusivo entre os diferentes actores políticos. É essencial encontrar consenso sobre questões sensíveis, como a redução dos prazos e condições de arrecadação de patrocínios para candidatos em eleições antecipadas. No entanto, este pedido de compromisso corre o risco de provocar divergências entre a oposição e os que estão no poder.

Moundiaye Cisse, da ONG 3 D, destaca a necessidade de consenso para resolver este impasse político. Confrontado com o vazio jurídico que rodeia a dissolução da Assembleia Nacional, é imperativo que todas as partes interessadas cheguem a acordo sobre os passos a seguir para garantir a estabilidade institucional do país. Isto poderá exigir ajustamentos ao quadro legislativo existente e um desejo comum de superar as diferenças políticas.

Assim, o Senegal encontra-se numa encruzilhada decisiva na sua história política. A responsabilidade dos decisores políticos e dos actores da sociedade civil é imensa, porque as suas escolhas terão um grande impacto no futuro democrático do país. É essencial que a voz do povo seja ouvida e que os interesses nacionais tenham precedência sobre os interesses partidários. Só uma abordagem consensual e construtiva pode garantir uma transição política pacífica e democrática no Senegal.

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