Na actual selva económica, a África do Sul enfrenta grandes desafios no seu sector mineiro que exigem reformas políticas urgentes e a resolução de falhas de infra-estruturas e logística. A situação é sombria e o país deve responder rapidamente para evitar uma catástrofe.
Uma recente palestra TED, apresentada por Johan Rockström, diretor do Instituto Potsdam para Pesquisa do Impacto Climático, destaca alguns números alarmantes. O aumento da temperatura média dos oceanos ameaça os sistemas naturais cruciais da Terra que absorvem carbono, levando-os à beira do ponto de inflexão. A desflorestação, por exemplo, corre o risco de transformar a Amazónia numa savana, pondo em perigo a biodiversidade da região.
Esta crise ambiental é agravada pelos nossos actuais modelos de produção e consumo, que pesam fortemente no planeta sem que estes custos sejam realmente tidos em conta nos sistemas contabilísticos nacionais. As externalidades negativas das nossas atividades são muitas vezes suportadas pelos mais desfavorecidos, enquanto as elites continuam a levar um estilo de vida poluente.
No entanto, Johan Rockström continua esperançoso na capacidade das energias renováveis para nos levar à neutralidade carbónica até 2050, desde que protejamos os nossos sumidouros de carbono marinhos e terrestres e evitemos perdas maciças de biodiversidade.
Perante esta situação crítica, o sector mineiro e a industrialização verde desempenham um papel essencial. Na África do Sul, a contribuição do sector mineiro para a economia tem vindo a diminuir há duas décadas. Os investimentos estão a diminuir devido a políticas mineiras inadequadas e a infra-estruturas logísticas deficientes.
Para inverter esta tendência, o novo governo deve concentrar-se na simplificação dos processos de licenciamento mineiro, na aplicação consistente da lei e na remoção de barreiras ao investimento. Ligar o sector mineiro à industrialização verde é crucial para a criação de empregos sustentáveis.
A África do Sul deve restaurar a sua base industrial para promover o crescimento económico e o emprego. Com uma taxa de desemprego formal de 33,5%, as reformas económicas são uma necessidade urgente. A desindustrialização prematura que a região atravessa está a conduzir a uma perda insustentável de empregos.
É tempo de repensar o nosso modelo de desenvolvimento e adotar uma abordagem mais sustentável, alinhada com os objetivos de proteção ambiental e de criação de emprego. O futuro da África do Sul depende da sua capacidade de repensar o seu sector mineiro e de investir numa industrialização verde e inclusiva.
Em última análise, a transição para uma economia mais sustentável e equitativa não é apenas desejável, mas imperativa para garantir um futuro brilhante para a África do Sul e os seus cidadãos.. As escolhas que fazemos hoje terão impactos profundos nas gerações futuras. É hora de agir com determinação e visão para construir um futuro melhor para todos.