**Fatshimetrie: a difícil gestão do arquivo de professores desativados**
Desde Julho de 2021, o Ministério da Educação Nacional e da Nova Cidadania da República Democrática do Congo mergulhou numa crise sem precedentes na sequência da desactivação massiva de um número significativo de escolas. Os professores em causa, embora muito reais, ficaram vários meses sem salário, criando assim um profundo mal-estar na comunidade educativa.
Hoje, a nova Ministra de Estado da Educação Nacional e da Nova Cidadania, Raïssa Malu Dinanga, enfrenta um dilema semelhante ao dos seus antecessores. Apesar das promessas de limpeza do arquivo dos professores para eliminar casos fictícios, o medo de repetir os mesmos erros persiste. Os delegados sindicais alertam para a necessidade do Ministro usar de sabedoria para evitar uma nova crise.
O recente trabalho da Comissão Mista entre os sindicatos docentes e o governo resultou na decisão de criar uma comissão interministerial responsável por identificar todos os professores, remover casos fictícios e recuperar recursos financeiros. No entanto, esta operação é considerada arriscada e potencialmente perigosa por muitos intervenientes no sector da educação.
A questão dos professores desativados continua sendo uma grande reivindicação dos sindicatos, embora alguns casos ainda não tenham sido reativados. A opinião pública destaca a necessidade urgente de uma gestão mais transparente e eficiente do corpo docente, criticando a abundância de pessoal administrativo em detrimento dos professores de campo.
O precedente de limpeza do ficheiro salarial dos professores em 2021, que levou a erros massivos de desactivação, leva os intervenientes na educação a exigir uma abordagem mais prudente e esclarecida por parte do novo Ministro. É fundamental que a operação de identificação dos professores seja realizada com rigor, sem repetir os erros do passado e tendo em conta as reais necessidades das escolas.
Além disso, é levantada a questão da gestão da força de trabalho na administração pública como um todo, destacando as práticas de clientelismo, nepotismo e activismo que têm contribuído para a saturação de pessoal desnecessário. A Ministra Raïssa Malu Dinanga é, portanto, chamada a demonstrar liderança e integridade para sair deste impasse.
Em conclusão, a crise dos professores com deficiência na RDC reflecte disfunções profundas no sistema educativo e na administração pública. A resolução desta crise requer uma abordagem holística, centrada nos interesses dos professores e dos alunos, para garantir um futuro melhor para a educação congolesa.