Transporte de resíduos tóxicos: o caso Maersk Campton reacende preocupações ambientais

A Fatshimetrie revelou recentemente um caso muito intrigante envolvendo o navio Maersk Campton, que desligou o seu sistema de identificação automática durante a viagem. Esta decisão levantou sérias preocupações, especialmente devido ao alegado transporte de resíduos tóxicos para a Tailândia. A companhia marítima Maersk anunciou que iria devolver várias centenas de toneladas de resíduos industriais suspeitos à Europa, mais precisamente à Albânia, o seu país de origem.

O caso tomou um rumo internacional quando a rede global de monitorização Basel Action Network (Ban) alertou a Albânia, a Tailândia e vários países de trânsito, incluindo a África do Sul, sobre o envio do que parece ser poeira tóxica proveniente de filtros de controlo de poluição na Albânia. Os 100 contentores contendo aproximadamente 816 toneladas de resíduos foram transferidos da costa da Albânia para Trieste, Itália, antes de serem carregados nos navios Maersk Candor e Maersk Campton.

Durante a viagem dos navios para o Sudeste Asiático, Ban e os seus parceiros alertaram as autoridades na esperança de interceptar os navios nos países de trânsito. No entanto, ambos os navios foram para as sombras ao desactivar os seus transponders GPS, particularmente em águas sul-africanas. Esta acção desencadeou uma resposta das autoridades marítimas e ambientais, com a participação do Departamento de Florestas, Pescas e Ambiente da África do Sul, bem como da polícia, da Autoridade Marítima Sul-Africana, da Marinha e do Porto da Cidade do Cabo.

Foi planeada a intercepção dos navios e foram iniciadas investigações para determinar se o transporte de resíduos sem aprovação das autoridades competentes constituía tráfico ilegal de resíduos. De acordo com a Convenção de Basileia das Nações Unidas, isto é estritamente proibido.

A decisão da Maersk de enviar os contentores de resíduos tóxicos de volta à Albânia foi saudada como uma vitória para a governação ambiental global. Rico Euripidou da groundWork, Friends of the Earth South Africa, destacou que a Maersk reconheceu a sua responsabilidade nesta questão potencialmente ilegal e agiu em conformidade para evitar uma violação da Convenção de Basileia.

Numa carta ao chefe de sustentabilidade da Maersk, Jim Puckett, da Basel Action Network, expressou gratidão pela decisão da empresa. Insistiu também que sejam realizados testes nas amostras dos contentores para verificar a presença de metais pesados ​​e substâncias tóxicas, e que os resultados sejam tornados públicos.

Este caso destaca a importância da transparência e da responsabilização das partes interessadas no transporte marítimo e destaca a necessidade de cumprir as normas ambientais internacionais para evitar incidentes semelhantes no futuro.

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