Lançamento do Pacto Social pela Paz na República Democrática do Congo para fortalecer a coesão nacional e o diálogo inclusivo.

Na República Democrática do Congo, um novo capítulo toma forma em favor da paz com a iniciativa do "Pacto Social pela Paz e Vivendo Juntos". Enquanto o país continua a lidar com desafios significativos ligados à violência e instabilidade, especialmente em suas regiões orientais, essa abordagem visa reunir várias vozes, especialmente as das mulheres, tradicionalmente na linha de frente das consequências dos conflitos. Esse agrupamento, transportado por associações e instituições religiosas, procura estabelecer um diálogo inclusivo que transcenda as divisões atuais. No centro desta iniciativa está o desejo de promover valores de reconciliação e coesão nacional. No entanto, o sucesso desse pacto dependerá de um compromisso coletivo de longo prazo e da capacidade de transformar as intenções em ações concretas, levantando questões cruciais sobre a sustentabilidade desse processo diante da dinâmica social e política em jogo.
** Rumo a um pacto social para a paz na República Democrática do Congo: um diálogo inclusivo e de transformador? **

Em 6 de junho de 2025, em Kinshasa, a iniciativa do “Pacto Social de Paz e bem-estar juntos” cruzou um novo passo decisivo com o contato formal de um grupo de mulheres, membros de várias associações e denominações religiosas. Esse agrupamento, chamado “mulheres-mãe do pacto social”, é um reflexo de uma necessidade urgente de unir as vozes daqueles que, geralmente na linha de frente das conseqüências dos conflitos, representam uma força motriz da paz na República Democrática do Congo (RDC).

### Uma iniciativa da sociedade civil

Essa abordagem faz parte de um contexto em que o país tem dificuldades persistentes, especialmente em sua parte oriental, onde a violência e a instabilidade social tiveram repercussões devastadoras na vida de civis, especialmente mulheres e crianças. Nesse sentido, o apoio expresso por essas mulheres em relação ao pacto social pode ser percebido como um chamado para transcender as divisões existentes, para se reunir em torno de um projeto inclusivo e construtivo.

A Conferência Nacional Episcopal do Congo (CENCO) e a Igreja de Cristo no Congo (ECC) estão posicionadas aqui como catalisadores, trabalhando para preencher a lacuna entre opiniões antagônicas e promover um diálogo autêntico. Bispo. Donatien Nshole, em suas declarações, insiste na natureza não política do pacto, focada na reconciliação, e não na busca pelo poder. Isso levanta uma questão relevante: como equipar os cidadãos, especialmente as mulheres, com ferramentas para articular suas preocupações dentro dessa estrutura?

### Voz feminina: um pilar de reconciliação

O presidente da Associação de “Mulheres-Mães”, Pierrette Gene, argumenta que a participação desse pacto é motivada principalmente pelo desejo de se opor à violência e de promover valores de paz, unidade e coesão nacional. Suas vozes, muitas vezes sufocadas em discussões políticas dominadas pelos homens, merecem ser ouvidas e integradas ao processo de paz. De fato, a história mostrou que as mulheres desempenham um papel crucial nos processos de cura e recuperação após um período de conflito.

Essa iniciativa lembra outros movimentos semelhantes em todo o continente africano, onde as mulheres organizadas conseguiram iniciar mudanças significativas. Uma abordagem que poderia ser benéfica aqui seria a interconexão com outros movimentos femininos na África, promovendo assim uma troca de experiências e boas práticas.

### Um catálogo dos próximos passos

As próximas etapas definidas claramente no comunicado à imprensa, como organização de um culto ecumênico em 16 de junho para celebrar o Dia da Criança Africana, ilustram um compromisso visível com a auto-organização e destacando os valores de reconciliação. No entanto, permanece a questão: como garantir que esses eventos não permaneçam rituais simples, mas resultam em ações concretas e mensuráveis ​​no terreno?

A caravana ecumênica de 23 de junho, que visa dizer não a guerra e injustiças sociais, como casamentos forçados, pode se tornar um símbolo de esperança e mobilização. No entanto, isso também levanta questões sobre a capacidade de manter a atenção e o comprometimento dos atores da comunidade além desses eventos pontuais.

### Um diálogo fraterno a serviço da paz sustentável

A abordagem do pacto social, com base em um diálogo fraterno, se distingue dos diálogos políticos tradicionais que muitas vezes falharam em estabelecer uma paz duradoura. Essa orientação para um modelo baseado no respeito dos valores espirituais e da comunidade poderia fornecer uma estrutura mais propícia à resolução de conflitos.

O desafio persistente é contratar todas as partes interessadas, especialmente jovens e grupos marginalizados, nesse processo. Que estratégia poderia ser implementada para fortalecer a participação de mulheres jovens, que geralmente estão sub-representadas, mas têm um potencial inato para realizar ações de mudança em suas comunidades?

### Conclusão: a importância de um compromisso coletivo

O “Pacto Social pela Paz e Vida Juntos” representa um esforço louvável para reunir vários atores em torno dos princípios da unidade e da reconciliação. No entanto, seu sucesso exigirá um compromisso sustentado, uma escuta ativa das realidades sociais e as necessidades das mulheres, bem como um monitoramento rigoroso das ações realizadas. No final, a sustentabilidade desse pacto será condicionada não apenas pelo apoio de instituições religiosas, mas também pela capacidade coletiva de construir pontes entre as diferentes comunidades por meio da RDC.

A questão então surge: esse pacto pode realmente se tornar um caminho para a paz duradoura e uma sociedade mais justa, ou será simplesmente outra tentativa entre tantos outros para curar lesões que, sem ação concreta, correm o risco de continuar abrir?

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