A reabertura da Comissão Mista nas ilhas dispersas relaxa o diálogo entre Madagascar e França sobre a questão da soberania.

A reabertura da Comissão Mista nas ilhas dispersas, programada para 30 de junho em Paris, marca um momento crucial nas relações entre Madagascar e França. Vinte anos após a última reunião sobre esse assunto complexo, essa iniciativa ocorre em um contexto geopolítico e ambiental em plena evolução, revelando os interesses estratégicos dos dois países. No centro dos debates está a questão da soberania sobre essas ilhas, reivindicada por Madagascar desde a década de 1970, enquanto é amplamente disputada pela França. As reações dentro do governo malgaxe oscilam entre o desejo de estabelecer um diálogo construtivo e as reservas emitidas pela oposição sobre gerenciamento de recursos. Esse processo poderia, assim, abrir maneiras para a cooperação mais respeitosa dos interesses mútuos, mas também levanta questões sobre como reconciliar aspirações malgaxes com o patrimônio colonial e as realidades atuais. O escopo histórico desta reunião exige uma reflexão diferenciada sobre as relações bilaterais e seu futuro comum diante dos desafios contemporâneos.
### Remoção da Comissão Mista nas ilhas dispersas: questões e perspectivas entre Madagascar e França

A decisão de Emmanuel Macron e Andry Rajoelina de convocar a comissão mista nas ilhas dispersas representa um potencial ponto de virada nas relações franco-malgache. Esta reunião, programada para 30 de junho em Paris, ocorre seis anos após a última reunião sobre esse assunto espinhoso. Numa época em que questões geopolíticas, econômicas e ambientais são complicadas na região, essa iniciativa pode marcar o início de um diálogo renovado, mas também deve ser apreendido com prudência e discernimento.

#### Um contexto histórico carregado

As ilhas dispersas, localizadas no Canal de Moçambique, estão no coração de uma longa disputa entre Madagascar e França. Desde a década de 1970, Madagascar reivindicou soberania sobre essas ilhas. Esse pedido também foi apoiado pelas resoluções da Assembléia Geral das Nações Unidas, que pediu à França que iniciasse negociações. O presidente malgaxe reafirmou esses direitos históricos durante visitas oficiais, insistindo na natureza malgaxa das ilhas. No entanto, o presidente Macron expressou claramente que a França não previa a transferência de soberania, favorecendo a cooperação na forma de gerenciamento de co -gerenciamento.

### reações do governo e oposição

A ministra de Relações Exteriores malgaxe Rasata Rafaravitafika recebeu esta reunião como um avanço para instalar um diálogo frutífero, enquanto permanece uma empresa sobre os direitos históricos de seu país. Esta posição ilustra o desejo de negociar em uma estrutura que respeite os interesses de Madagascar, enquanto reconhece as realidades políticas e econômicas em jogo.

No entanto, a oposição malgaxe, notadamente representada por Hajo AndrianainAraciono do Partido MMM, expressou reservas sobre essa abordagem. O pedido de transferência de soberania antes de discutir uma co-gestão levanta questões importantes: até que ponto Madagascar pode ir nessa negociação sem comprometer a legitimidade de sua reivindicação histórica? As preocupações dos oponentes, que temem o gerenciamento curto de visão de possíveis recursos associados às ilhas dispersas, também merecem ser levadas em consideração.

#### Uma questão de soberania diante da geopolítica

O reposicionamento francês no Oceano Índico, simbolizado por esta reunião, também deve ser analisado à luz das questões geopolíticas regionais. Com países vizinhos como Maurício e Comores, que também reivindicam territórios, a situação é ainda mais complexa. A França, que controla cerca de metade do canal de Moçambique, deve levar em consideração não apenas seu relacionamento com Madagascar, mas também a dinâmica regional. Os recursos de pesca e gás presentes nesta área são de um interesse estratégico crescente nas nações ribeirinhas.

#### Reflexões sobre um futuro compartilhado

O renascimento da Comissão Mista abre o caminho para discussões que, esperançosamente, nos permitirão encontrar um terreno comum. Isso pode exigir compromissos difíceis, mas a vontade exibida das duas partes de iniciar as negociações é um sinal positivo. O co -gerenciamento, embora rejeitado por alguns, poderia oferecer um modelo de cooperação mais respeitoso dos interesses mútuos, desde que seja concebido de maneira transparente e eqüitativa.

A questão permanece: como estabelecer um diálogo construtivo que respeite as aspirações de Madagascar enquanto leva em consideração a herança colonial e as atuais realidades políticas? A construção de relacionamentos baseados na confiança, respeito mútuo e inteligência estratégica será essencial para o sucesso dessa maneira de diálogo.

Diante dos desafios representados pelas mudanças climáticas e desigualdades econômicas, também é crucial que as discussões sejam acompanhadas por uma reflexão mais ampla sobre a sustentabilidade e o gerenciamento de recursos marítimos. Os dois países poderiam explorar soluções inovadoras para desenvolver em conjunto o potencial econômico na região, preservando seu ecossistema.

#### Conclusão

A reunião programada para 30 de junho representa uma oportunidade histórica para Madagascar e França redefinirem seu relacionamento nas ilhas dispersas. Isso exigirá os esforços de ambas as partes para estabelecer um diálogo construtivo e respeitoso, abrindo caminho para um futuro compartilhado. À medida que essa reunião se aproxima, é crucial permanecer atento às vozes dos malgaxes, tanto no governo quanto na oposição, para que suas preocupações e aspirações sejam ouvidas e levadas em consideração nesse processo delicado.

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