** Treinamento da polícia em Beni: um passo em direção a uma reforma necessária **
Em 15 de abril de 2025, a cidade de Beni, localizada na província de Kivu do Norte na República Democrática do Congo (RDC), recebeu o lançamento de uma série de cursos de treinamento destinados a quarenta e sete policiais locais. Organizados pela polícia de Monusco (UNPOL), essas sessões visam melhorar as habilidades da polícia congolesa, em um momento em que a segurança pública é crucial nessa região afetada por conflitos armados e tensões sociais.
### Um inventário preocupante
Beni, nos últimos anos, tem sido palco de várias violências e ataques repetidos, incluindo grupos armados. Nesse contexto, a função policial se torna essencial para restaurar um clima de segurança e confiança entre a população. No entanto, a observação é frequentemente amarga: a eficácia da polícia às vezes é questionada, tanto pela sociedade civil quanto pelos observadores externos.
Essa estrutura preocupante o torna ainda mais significativo, o discurso do comissário mais alto Faustin Ishayi Mutubwani, que sublinha as transformações positivas geradas pelo treinamento fornecido pela Monusco. A observação parece unânime em um ponto: o treinamento é uma alavanca potencialmente poderosa para melhorar o serviço policial.
### O escopo do treinamento
De acordo com as declarações dos policiais, o treinamento está disponível em três áreas principais: tráfego rodoviário, pesquisas criminais e a luta contra a violência sexual baseada em gênero. Cada aspecto desse treinamento tem como objetivo fortalecer as habilidades da polícia e adaptar sua abordagem a problemas desarmantes.
O conteúdo dessas sessões parece necessário em um momento em que a confiança da população em relação às suas forças de segurança deve ser restaurada. A questão então surge: esses cursos de treinamento serão suficientes para fazer uma mudança duradoura dentro da Polícia Nacional Congolesa (PNC)? A experiência mostra que a formação, embora crucial, não pode, por si só, transformar a dinâmica profundamente enraizada.
### ainda diferencia
É necessário reconhecer que a formação apenas colocou as primeiras pedras de uma reconstrução maior. As reformas devem ir além da aquisição de habilidades técnicas. Eles também devem considerar mudanças institucionais que promoverão um clima de responsabilidade e transparência no PNC. Questões de corrupção, impunidade e violência policial são frequentemente as sombras escondidas atrás de uma fachada de profissionalismo.
Depoimentos da sociedade civil também são essenciais para entender as necessidades reais da população. Os cidadãos de Beni precisam de mecanismos que lhes permitam fazer suas vozes ouvidas sobre questões de segurança. O reconhecimento dos problemas de suas comunidades deve ser integrado ao treinamento de policiais, para que não sejam apenas agentes de ordem, mas também atores da solidariedade social.
### Colaboração e apoio internacional
A parceria com a Monusco é inegavelmente um ativo para o treinamento da polícia; No entanto, ele também nos convida a pensar na dependência da RDC em relação às intervenções internacionais. Até que ponto essa assistência realmente melhora a situação a longo prazo? As iniciativas locais e o treinamento autônomo devem ser incentivados para construir uma força policial que esteja realmente a serviço do país, em vez de uma instituição percebida apenas através do prisma de partes interessadas externas.
### Conclusão
O treinamento policial de Beni é um passo em direção à revisão do sistema de segurança na RDC, mas não pode ser considerado uma solução milagrosa. Paralelamente aos esforços de treinamento, é essencial refletir sobre uma visão global de segurança que inclui diálogo com a população, a luta contra a impunidade, bem como o estabelecimento de sistemas de controle interno.
A estrada está enrolada e pontuada por obstáculos, mas pode ser de esperança para a polícia de Beni, e mais amplamente a da RDC, um dia poderia incorporar os valores de segurança, justiça e respeito pelos direitos fundamentais. A resiliência da população e a vontade de mudar a polícia serão os catalisadores dessa transformação necessária.