** O Projeto Carcade: um vislumbre de esperança de segurança alimentar na República Democrática do Congo **
Em 20 de março, um vento de esperança soprou na cidade de Mbujimayi, na República Democrática do Congo (RDC), com o lançamento oficial do projeto carcade (cultivando conhecimento e colheita de segurança alimentar, fortalecendo as capacidades universitárias). Financiado pela União Europeia, este programa destaca a interconexão entre a pesquisa universitária e a segurança alimentar em uma região onde os recursos agrícolas são frequentemente sub-explorados.
Um projeto ambicioso
O programa de carcade reúne instituições universitárias européias, principalmente as de Parma (Itália) e Angers (França), bem como três universidades congolitas na região de Grand-Kasai: a Universidade Oficial de Mbujimayi (UOM), a Universidade de Notre-Dame de Lomami (Unilo) e a Universidade de Mwene-ditu (Umd). O objetivo deste consórcio visa catalisar transformações profundas na maneira como a segurança alimentar é abordada em um contexto em que aproximadamente 38% dos congolês vivem em insegurança alimentar.
Além do simples aumento da produção agrícola, o projeto faz parte de uma lógica mais ampla do desenvolvimento sustentável. O professor inocente Tshibangu Mwamba, representante da Universidade de Mwene-Ditu, disse que as primeiras atividades agrícolas de aves serão realizadas em Kabinda, enfatizando assim a importância de incentivar a agricultura local a diversificar as fontes de proteínas nos alimentos dos congolês.
Uma abordagem científica e local
A abordagem da Carcade se destaca por seu investimento no aprimoramento de cepas locais, uma escolha estratégica que torna todo o significado em um país tão rico em biodiversidade. De acordo com a Organização da Agricultura e Alimentação das Nações Unidas (FAO), a avaliação das variedades locais pode não apenas melhorar a resiliência dos sistemas agrícolas diante de choques climáticos, mas também de segurança alimentar a longo prazo. Os laboratórios digitais que serão implementados em cada universidade parceira representam um avanço tecnológico promissor que permitirá que os pesquisadores congoleses tenham que realizar estudos relevantes em um contexto local.
Paralelamente, a oportunidade dada a três estudantes de doutorado de cada universidade congolesa para desfrutar de um estágio de cinco meses na Europa abre a porta para o enriquecimento mútuo. Esse modelo de intercâmbio acadêmico, muitas vezes negligenciado nos países em desenvolvimento, poderia estabelecer uma ponte entre o conhecimento ancestral congolês e os avanços tecnológicos europeus, criando assim sinergias úteis para o desenvolvimento rural.
Um desafio
Apesar do entusiasmo despertado por esta iniciativa, vários desafios permanecem. Um estudo do Banco Mundial de 2021 estipula que a RDC é um dos países mais afetados pelas mudanças climáticas, com impactos já visíveis na produtividade agrícola. Nesse contexto, um projeto como carcada deve ser ágil e adaptável, pronto para evoluir de acordo com as restrições ambientais e econômicas.
Além disso, a sustentabilidade de tais projetos de magnitude não pode se basear apenas no financiamento internacional. Os acadêmicos congolês estão comprometidos aqui para renovar o equipamento sobre patrimônio líquido, sinalizando uma consciência dos desafios da auto -suficiência. Este trampolim para maior independência financeira e técnica deve, no entanto, ser apoiada por políticas públicas que promovam inovação e empreendedorismo no setor de agro-alimentos.
Em direção a uma transformação de estruturação
Finalmente, o projeto Carcade não se limita a ser um programa de pesquisa simples; Representa uma ambição coletiva para a transformação social. Ao fortalecer as capacidades universitárias, melhorar as práticas agrícolas e ingressar na tecnologia educacional, esse projeto poderia muito bem modelar o futuro da segurança alimentar na República Democrática do Congo.
Embora o projeto sai de três anos, seu sucesso ou fracasso também pode se tornar um indicador-chave da capacidade da RDC de tirar proveito de seu imenso potencial agrícola para o bem-estar de sua população. Os olhos do mundo serão fascinados nesse projeto inovador, esperando que ele marque o início de uma nova era para a segurança alimentar nessa região rica em recursos, mas muitas vezes prejudicada pelos desafios estruturais e econômicos.
Michel Cyala, editora da Fatshimetrics, destaca uma iniciativa que poderia muito bem transformar não apenas as práticas agrícolas na RDC, mas também a percepção que temos da África no contexto global de segurança alimentar.