**O papel dos expatriados egípcios: uma força silenciosa para a nação**
Em 23 de outubro de 2023, durante a sua visita oficial a Omã, o Ministro dos Negócios Estrangeiros, da Emigração e dos Expatriados Egípcios, Badr Abdelatty, destacou a importância da assistência aos cidadãos egípcios que vivem no estrangeiro. O seu discurso durante uma reunião com a comunidade egípcia em Mascate não só levanta preocupações imediatas, mas também levanta questões profundas sobre o papel dos expatriados egípcios na paisagem socioeconómica e cultural do seu país de origem.
O ministro destacou o empenho do governo na melhoria dos serviços consulares e no fortalecimento dos laços com os cidadãos residentes no estrangeiro. Esta abordagem demonstra um desejo de integração e reconhecimento da diáspora, que representa agora uma ponte essencial entre o Egipto e o resto do mundo. Com efeito, segundo dados do Banco Mundial, o número de egípcios que vivem no estrangeiro atinge quase 10 milhões, constituindo assim parte integrante da economia nacional através das suas remessas, estimadas em mais de 30 mil milhões de dólares em 2022.
Para além das considerações económicas, a presença de uma comunidade egípcia activa e dinâmica no estrangeiro também oferece vantagens culturais e diplomáticas. Num mundo cada vez mais globalizado, onde os movimentos populacionais aumentam constantemente, os expatriados actuam como embaixadores da sua cultura. Ao demonstrarem a diversidade e a hospitalidade egípcias, desempenham um papel vital na construção de pontes entre as nações. Isto é o que Badr Abdelatty reconheceu ao saudar a sua contribuição para a imagem do Egipto no estrangeiro. A diáspora egípcia em Omã, tal como noutras regiões, é um exemplo de sinergia entre a promoção da cultura e o fortalecimento das relações diplomáticas.
Abdelatty também abordou a questão crucial da melhoria dos serviços consulares, que são muitas vezes considerados ineficientes e burocráticos. Neste sentido, a digitalização dos serviços consulares insere-se numa tendência global que visa facilitar o acesso à administração aos expatriados. Vários países já implementaram sistemas digitais que permitem uma gestão simplificada de procedimentos administrativos à distância, um modelo que o Egipto poderia seguir para melhor servir a sua comunidade expatriada.
No entanto, embora o governo esteja empenhado em melhorar os serviços, é igualmente vital encorajar a participação activa dos expatriados no desenvolvimento socioeconómico do seu país de origem. Uma observação interessante é que muitos países de África e do Médio Oriente conseguiram mobilizar a sua diáspora para contribuir para projectos de desenvolvimento local.. Por exemplo, Ruanda criou um programa que incentiva os ruandeses que vivem no exterior a investir em iniciativas locais, oferecendo incentivos fiscais e conselhos sobre as melhores maneiras de contribuir para o desenvolvimento.
O envolvimento de expatriados não envolve apenas remessas, mas também participação ativa na vida política e econômica do país. Abdelatty pediu aos membros da diáspora que exercessem seus direitos constitucionais, enfatizando a importância de uma forte conexão com sua nação de origem. Esse fenômeno é observado em outros países, como Marrocos ou Líbano, onde expatriados podem votar e participar de eleições do exterior, reforçando assim seu senso de pertencimento e comprometimento com sua terra natal.
Concluindo, o encontro em Omã entre o Ministro e a comunidade egípcia ilustra muito mais do que uma simples troca de ideias. Representa um momento crucial em que o Egito é chamado a redefinir seu relacionamento com seus cidadãos no exterior. Os desafios são muitos, mas ao cultivar um diálogo aberto e construtivo, melhorar o acesso aos serviços e alavancar o potencial de sua diáspora, o Egito pode transformar seus expatriados em grandes ativos para o futuro do país. O caminho para uma maior integração e parceria mútua entre o estado e sua diáspora pode muito bem ser a chave para um desenvolvimento nacional inclusivo e próspero.