Embora a República Democrática do Congo (RDC) se encontre numa encruzilhada política, os debates em torno das reformas eleitorais, institucionais e constitucionais continuam a ganhar impulso. O último actor político a falar sobre este assunto crucial é Norbert Basengezi Katintima, presidente da Aliança Nacional para um Congo Emergente (ANCE). A sua declaração durante uma manhã política em Kinshasa não deixou ninguém indiferente, sublinhando a necessidade de uma reflexão aprofundada para melhorar o sistema eleitoral e a governação política do país.
É inegável que a RDC necessita de reformas para garantir eleições transparentes e representativas, bem como uma governação democrática eficaz. Basengezi destaca vários pontos-chave que requerem especial atenção, como a composição da Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI), a representação das mulheres na política e a questão da nacionalidade. A sua experiência na organização de eleições anteriores, nomeadamente em 2006 e 2018, confere-lhe legitimidade para abordar estes assuntos sensíveis.
A proposta de revisão ou alteração da Constituição formulada pelo chefe de Estado, Félix Tshisekedi, provoca diversas reacções no seio da classe política congolesa. Enquanto alguns vêem esta iniciativa como uma oportunidade para fortalecer as instituições e melhorar a democracia, outros temem excessos autoritários e ataques às conquistas democráticas. O debate é aberto e a voz de cada actor político, incluindo a de Basengezi, conta na construção de um consenso nacional para o futuro do país.
É essencial que as reformas previstas sejam realizadas de forma inclusiva, transparente e democrática, envolvendo todas as forças activas da nação. A credibilidade do processo eleitoral e a legitimidade das instituições dependem disso. A RDC tem a oportunidade histórica de consolidar o seu sistema democrático e responder às aspirações da sua população em favor do Estado de direito e de uma governação exemplar.
Em última análise, a visão de Basengezi das reformas necessárias para o futuro político da RDC abre vias essenciais de reflexão para alimentar o debate nacional. Os riscos são elevados e cabe a cada actor político a responsabilidade de contribuir para a construção de um Congo emergente e democrático, respeitador dos direitos e aspirações de todos os seus cidadãos.