A recente ordem de investigação dirigida a Sara Netanyahu, esposa do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, pelo procurador-geral de Israel, Gali Baharav-Miara, provocou fortes reacções no país. Esta investigação surge na sequência de uma reportagem transmitida pelo canal israelita 12, que alega atos de intimidação por parte de Sara Netanyahu contra uma testemunha ligada ao julgamento criminal do seu marido.
Segundo o relatório, também foram feitas alegações de intimidação indireta contra o Procurador-Geral e o Procurador-Geral Adjunto contra Sara Netanyahu. As acusações incluem assédio a testemunhas e obstrução da justiça. Num discurso em vídeo divulgado horas antes do início da investigação, o primeiro-ministro Netanyahu defendeu a sua esposa, qualificando o relatório de “tendencioso” e de “propaganda falsa”. Ele também criticou a mídia por ser tendenciosa.
Este evento tem como pano de fundo o julgamento por corrupção de Benjamin Netanyahu, que começou em janeiro de 2020. Ele é o primeiro primeiro-ministro israelense em exercício a comparecer em tribunal como réu, enfrentando acusações de fraude, violação de confiança e corrupção. As acusações contra ele nos três casos distintos (Caso 1000, Caso 2000 e Caso 4000) incluem alegações de corrupção, fraude e quebra de confiança.
A decisão de iniciar uma investigação sobre Sara Netanyahu foi duramente criticada por alguns membros do governo israelita. O Ministro da Justiça denunciou a ação como um exemplo de “aplicação extremamente seletiva da lei”, enquanto o Ministro da Segurança Nacional questionou a integridade do Procurador-Geral. Estas reações destacam as tensões dentro do país em relação ao processo legal em curso.
À medida que esta saga jurídica continua a desenrolar-se em Israel, levanta questões importantes sobre a transparência e independência do sistema judicial. As consequências políticas e sociais destes casos não podem ser minimizadas, porque evidenciam os desafios da luta contra a corrupção e da preservação do Estado de direito. O eco deste caso apenas reforça a importância de uma imprensa livre, responsável e imparcial para garantir a vigilância da democracia.