Longe dos anúncios oficiais e dos discursos governamentais, a realidade que prevalece nos mercados da República Democrática do Congo durante este período de férias provoca reações contrastantes. Apesar da decisão do governo de reduzir o preço dos bens de primeira necessidade, a situação no terreno continua preocupante, deixando as famílias num impasse económico difícil de ultrapassar.
Uma observação alarmante emerge dos vários mercados de Haut Katanga, de Lubumbashi a Kasumbalesa, passando por Likasi e Skania: um aumento vertiginoso dos preços de produtos alimentares básicos como arroz, farinha, peixe, aves, oleaginosas, etc. Estes produtos, essenciais neste período festivo, estão a tornar-se inacessíveis para muitos cidadãos.
As promessas do governo parecem desaparecer da realidade diária de vendedores e compradores nos mercados. As medidas tomadas não são acompanhadas de regulamentação eficaz ou de supervisão adequada, deixando os intervenientes económicos confrontados com uma precariedade crescente. Os comerciantes denunciam os problemas administrativos que dificultam as suas atividades e complicam ainda mais a situação.
Neste contexto, a Federação das Empresas Congolesas de Kasumbalesa apela ao governo para que reduza a carga fiscal que pesa sobre os operadores económicos, a fim de lhes permitir fazer face a esta situação. É também necessária uma verdadeira luta contra a corrupção e a burocracia administrativa para garantir um ambiente empresarial saudável e justo.
Os economistas sublinham a urgência de o governo oficializar as suas decisões e implementar medidas concretas para controlar a aplicação de preços nos mercados. Os recalcitrantes devem estar sujeitos a sanções apropriadas para garantir o cumprimento das directivas governamentais.
Em suma, a actual situação económica na República Democrática do Congo expõe as falhas de um sistema onde as promessas políticas lutam para se materializar. Perante uma inflação galopante e condições de vida cada vez mais difíceis, é imperativo que as autoridades tomem medidas de emergência para aliviar a população e restaurar a confiança na economia do país.
Por último, é necessário que a população se mantenha vigilante e pressione as autoridades para garantir uma melhoria real das condições de vida e um combate eficaz à precariedade económica que assola o país.
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