A gigante francesa de energia TotalEnergies está atualmente enfrentando um desafio crucial para desbloquear um empréstimo substancial no valor de US$ 4,7 bilhões do Exim Bank dos EUA destinado ao seu empreendimento de gás natural em Moçambique. Esta situação atraiu atenção significativa, especialmente com a mudança iminente na administração dos EUA, enquanto o presidente eleito Donald Trump se prepara para assumir o cargo.
A aprovação para este crédito substancial foi inicialmente concedida pelo Exim Bank em 2019. No entanto, devido à escalada da violência islâmica na região de Cabo Delgado, a TotalEnergies foi obrigada a retirar sua equipe do projeto em Afungi, consequentemente interrompendo os procedimentos do empréstimo. À luz dessas circunstâncias, a TotalEnergies tomou medidas proativas ao contratar os serviços de uma empresa de consultoria para conduzir esforços de lobby em Washington, com o objetivo de agilizar o processo de aprovação antes que potenciais obstáculos burocráticos surjam sob a nova administração.
A TotalEnergies continua apreensiva de que a transição de poder nos EUA possa introduzir atrasos imprevistos ou condições adicionais à aprovação do empréstimo. O ressurgimento da violência pós-eleitoral em Moçambique também agravou as preocupações em Washington, complicando ainda mais a situação.
Em uma carta endereçada às autoridades dos EUA em 3 de dezembro, o presidente-executivo da TotalEnergies, Patrick Pouyanne, tentou amenizar as apreensões de Washington, destacando as melhorias notáveis na situação de segurança em Cabo Delgado. Os esforços colaborativos com as forças ruandesas e do sul da África facilitaram a retomada do território dos insurgentes, permitindo o retorno seguro de civis deslocados para suas casas.
Apesar dos desenvolvimentos positivos, o processo de aprovação do empréstimo continua no limbo. Embora o Comitê de Risco Transacional do Exim Bank tenha endossado a retomada do empréstimo em fevereiro, uma votação conclusiva do conselho ainda não foi alcançada.
Vale a pena notar que o projeto de gás natural da TotalEnergies em Moçambique encontrou oposição de certos legisladores democratas que se opõem à alocação de financiamento americano para iniciativas de combustíveis fósseis. Essa divisão ideológica ressalta os debates mais amplos em torno das mudanças climáticas, políticas energéticas e investimentos internacionais.
No geral, a narrativa em torno dos esforços da TotalEnergies em Moçambique encapsula uma interação complexa de considerações geoestratégicas, desafios de segurança, interesses econômicos e dinâmicas políticas. O resultado do processo de aprovação do empréstimo não só terá implicações profundas para as operações da TotalEnergies, mas também sinalizará mudanças mais amplas nas relações transatlânticas e investimentos em energia no mundo pós-pandemia.