Na região de Al-Mawasi, a sul de Gaza, ocorreu uma tragédia fria, com a morte de um recém-nascido num acampamento. Sela Mahmoud Al-Fasih sucumbiu ao frio extremo, destacando os dolorosos desafios de sobrevivência enfrentados pelas crianças palestinianas deslocadas pelos contínuos ataques de Israel à Faixa de Gaza.
A pequena Sela tinha apenas três semanas quando o frio implacável ceifou sua jovem vida. Nas últimas 48 horas, pelo menos duas outras crianças, com idades entre três dias e um mês, também morreram devido às temperaturas congelantes e à falta de acesso a abrigo quente, disse o Dr. Ahmed Al-Farra, chefe de pediatria e obstetrícia do Hospital Nasser. em Khan Younis.
O campo de Al-Mawasi, uma zona costeira a oeste de Rafah, tornou-se um refúgio para milhares de palestinos deslocados que procuram refúgio, vivendo durante meses em tendas improvisadas feitas de tecido e náilon. A designação desta área por Israel como “zona humanitária” não impediu ataques repetidos, forçando famílias inteiras a fugir para este lugar precário.
Imagens comoventes mostram o pai de Sela, Mahmoud Al-Fasih, segurando o corpo dela envolto numa mortalha branca, enquanto um grupo de jovens palestinos chora perto do seu túmulo. A mãe de Sela, Nariman Al-Fasih, fala de sua dor, explicando como ela tentou aquecer a filha quando elas estavam desesperadamente sem roupas quentes.
Este drama reflecte a terrível realidade de Gaza, devastada pelos ataques israelitas e mergulhada numa crise humanitária em grande escala. Milhares de vidas foram perdidas, famílias destruídas e o sofrimento está a alastrar, dando lugar a uma emergência sanitária sem precedentes.
As crianças palestinianas estão a pagar um preço insuportável neste conflito. Mais de 17.600 deles já perderam a vida desde o início da guerra. Uma criança é morta a cada hora em Gaza, segundo dados das Nações Unidas. Milhares de crianças encontram-se separadas das suas famílias, indefesas face às condições de vida precárias.
As organizações humanitárias estão a soar o alarme, sublinhando a urgência da situação. As crianças são privadas dos cuidados médicos necessários, sendo as infra-estruturas fortemente afectadas pelos ataques israelitas. A falta de equipamento médico coloca em risco a vida dos bebés prematuros, forçando os médicos a tomar decisões dolorosas para salvar o maior número possível de crianças.
Perante esta tragédia humana, a comunidade internacional deve agir. Os direitos fundamentais das crianças palestinianas são violados e o seu futuro comprometido pela violência e pela pobreza. É urgente acabar com este ciclo de sofrimento e reconstruir um futuro mais justo para as próximas gerações.
A morte de Sela, esse anjinho levado cedo demais pelo frio e pela indiferença, deve servir como um choque elétrico, mobilizando consciências e ações para que nunca mais uma criança morra nessas condições. A solidariedade e a compaixão devem guiar os nossos passos rumo a um futuro mais humano e mais justo para todas as crianças de Gaza.