A comemoração do 80º aniversário do massacre dos soldados africanos em Thiaroye, em 1944, levanta questões essenciais sobre a história e a memória colectiva. Este trágico acontecimento, há muito escondido, é de suma importância para a compreensão das questões pós-coloniais e das lutas por reconhecimento e justiça.
Estamos perante uma dolorosa realidade histórica, a dos soldados africanos que lutaram pela França durante a Segunda Guerra Mundial e que foram friamente abatidos pelas tropas francesas, exigindo simplesmente um tratamento justo. Esta página negra da história testemunha a violência colonial e a discriminação persistente que marcaram as relações entre a França e as suas antigas colónias.
A comemoração deste acontecimento permite-nos prestar homenagem a estes soldados africanos que sacrificaram as suas vidas para defender um ideal de liberdade e justiça, ao mesmo tempo que realçam as injustiças e a violência de que foram vítimas. É crucial reconhecer plenamente o seu compromisso e contributo para a defesa da liberdade, num contexto marcado por desigualdades raciais e discriminação.
Ao recordar estes soldados africanos que tombaram em Thiaroye em 1944, questionamos a nossa relação com a História e a memória e comprometemo-nos a lutar contra o esquecimento e a injustiça. O reconhecimento destes trágicos acontecimentos é essencial para a construção de um futuro mais justo e equitativo, onde os direitos de todos sejam respeitados, independentemente da sua origem ou pertença.
Ao comemorar o massacre de Thiaroye, expressamos a nossa solidariedade para com todas as vítimas da violência e da opressão, e o nosso compromisso com a construção de um mundo mais justo e mais humano. É reconhecendo os erros e crimes do passado que podemos avançar para um futuro melhor, baseado na solidariedade, na reconciliação e no respeito pela dignidade de cada pessoa.
Em memória destes soldados africanos que tombaram em Thiaroye em 1944, comprometamo-nos a construir um mundo onde a justiça e a paz serão os alicerces das nossas sociedades e onde o respeito pela dignidade humana será a regra de ouro. Lembremo-nos, comemoremos e comprometamo-nos a construir um futuro melhor para todos, inspirando-nos na coragem e no sacrifício daqueles que lutaram pela liberdade.