O sector energético na República Democrática do Congo está no centro de grandes preocupações devido à redução do acesso à electricidade, uma situação preocupante para o desenvolvimento do país. A rede Mwangaza, uma plataforma da sociedade civil envolvida nesta área, soou recentemente o alarme durante uma conferência de imprensa.
Segundo os dados apresentados pela rede, a taxa de acesso à electricidade está em queda livre, passando de 9% em 2009 para apenas 7% em 2024. Esta descida é ainda mais preocupante tendo em conta que a população congolesa não para de crescer. As promessas políticas destinadas a alcançar uma taxa de acesso de 30% parecem hoje comprometidas pela falta de investimentos significativos e pela ausência de visão estratégica no sector da energia.
Emmanuel Musuyu, coordenador da rede Mwangaza, apontou a ausência de uma política energética nacional clara e de um plano de electrificação coerente para orientar o desenvolvimento do sector. Denunciou a falta de investimentos para aumentar a capacidade de produção de energia, sublinhando que esta estagnação tem contribuído directamente para a diminuição da taxa de acesso à electricidade. Além disso, a má governação do sector energético foi identificada como um grande obstáculo ao progresso.
Para remediar esta situação, a rede Mwangaza está empenhada em continuar os seus esforços de monitorização e defesa a favor de reformas essenciais. Entre as iniciativas prioritárias está o Pacto Energético, que visa promover o acesso universal à energia, melhorar o quadro legislativo do sector, defender os direitos das comunidades locais e reforçar a transparência e a participação dos cidadãos.
As organizações membros da rede Mwangaza, como AFREWATCH, CODED, CREDDHO e Resource Matters, uniram forças para responder a esta questão crucial. Estão empenhados em trabalhar em conjunto para promover o acesso equitativo à electricidade, garantir justiça energética para todos e desenvolver soluções sustentáveis para o sector energético na República Democrática do Congo.
Em última análise, a questão do acesso à electricidade na RDC não pode ser subestimada. Requer ações rápidas e concertadas, bem como a participação ativa de todas as partes interessadas, para transformar o panorama energético congolês e oferecer a cada cidadão as condições essenciais para um desenvolvimento equilibrado e sustentável.