Fatshimetrie: Nova crise humanitária em Lubero, Kivu do Norte, após a ofensiva rebelde M23

Fatshimetrie: Nova crise humanitária em Lubero, Kivu do Norte, na sequência da ofensiva rebelde M23 – Deslocações massivas de população, situação humanitária crítica

A região de Lubero, no Kivu do Norte, enfrenta novamente uma grave crise de segurança causada pela ofensiva dos rebeldes M23, que recentemente assumiram o controlo de várias aldeias, incluindo Matembe, Butsorovya, Mambasa e Alimbongo. Estes confrontos violentos com as Forças Armadas da República Democrática do Congo (FARDC) obrigaram muitos residentes, na sua maioria mulheres e crianças, a fugir das suas casas, agravando assim a crise humanitária na região.

O administrador militar de Lubero relatou um afluxo maciço de pessoas deslocadas, algumas reunidas em torno do centro de Lubero e Butembo-Beni, enquanto outras encontraram refúgio nestas cidades vizinhas. Esta situação precária exige uma gestão urgente por parte das autoridades locais, a fim de garantir a segurança e o bem-estar das populações deslocadas.

O Coronel Kiwewa Mitela Alain, administrador do território Lubero, apelou aos jovens para que preservem a segurança dos trabalhadores humanitários presentes na região. Ele sublinhou que o verdadeiro inimigo continua a ser o M23/RDF, e não as organizações humanitárias que prestam apoio crucial à população local. Ele exortou os jovens a agirem com responsabilidade e a se comportarem como futuros executivos da sociedade.

A rápida deterioração da situação humanitária no sul de Lubero é alarmante. As condições de vida e de saúde, já precárias, correm o risco de se deteriorar ainda mais com o crescente afluxo de pessoas deslocadas e a instabilidade contínua na região. As organizações humanitárias estão a soar o alarme sobre uma crise iminente, à medida que as necessidades básicas das pessoas se tornam cada vez mais difíceis de satisfazer.

A ocupação de localidades pelos rebeldes na estrada nacional número 2 que conduz ao Lubero-centro suscita sérias preocupações. Embora algumas zonas continuem sob controlo das FARDC, como Mbingi e Mbwanvinywa, a situação continua precária. Em Luofu, as forças armadas partilham o controlo com os rebeldes, deixando incerteza sobre o futuro da região.

Esta nova crise humanitária em Lubero sublinha a urgência de medidas concertadas para proteger as populações deslocadas, garantir o acesso à ajuda humanitária e restaurar a estabilidade na região. É imperativo que a comunidade internacional apoie os esforços das autoridades congolesas para resolver esta crise e evitar qualquer nova escalada de violência e sofrimento humano.

Josué Mutanava, reportando de Goma.

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