Num contexto geopolítico em constante mudança na África Ocidental, um anúncio recente abalou a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO): o Mali, o Burkina Faso e o Níger decidiram abandonar a organização regional. Esta decisão, tomada durante a cimeira da CEDEAO em Abuja, marca um importante ponto de viragem nas relações entre estes estados do Sahel e a organização da África Ocidental.
Foi iniciado o processo de saída dos três países da CEDEAO, com um período de transição de seis meses a partir de 29 de janeiro. Esta transição, orquestrada pelo presidente da comissão da CEDEAO, Omar Alieu Touray, visa organizar a saída destes Estados membros de forma ordenada. Entre os desafios a enfrentar, destacam-se a gestão dos trabalhadores contratuais destes países, bem como a relocalização das agências comunitárias sediadas nestes Estados.
A Comissão da CEDEAO terá também de cumprir os protocolos previstos em caso de saída de um Estado-Membro, com base na experiência anterior da Mauritânia em 2000. No entanto, a mediação empreendida a pedido do Senegal e do Togo continuará, deixando uma janela adicional de seis meses para reflexão no Mali, Burkina Faso e Níger. Assim, a decisão final da sua saída da CEDEAO entrará em vigor a partir de 30 de julho de 2025, a menos que a sua posição seja revista até então.
Este desenvolvimento no panorama regional da África Ocidental levanta questões sobre a dinâmica política e económica em jogo, as razões subjacentes a esta retirada, as implicações para os Estados em causa e para a CEDEAO, bem como as possíveis repercussões na cooperação regional e na estabilidade da África Ocidental. região são todos objecto de análise e debate. A governação regional na África Ocidental enfrenta assim novos desafios, exigindo reflexões aprofundadas e ações concertadas para manter a coesão e a solidariedade no seio da comunidade da África Ocidental.