A questão candente das exigências salariais e das condições de trabalho dos professores nas instituições de ensino superior e universitárias (ESU) em Kinshasa fez correr muita tinta nos últimos dias. Reina um clima de tensão nestes estabelecimentos, entre os sindicatos que apelam à greve e os que defendem o regresso ao trabalho, cada um defendendo ardentemente as suas posições.
Duas posições são claramente opostas neste conflito. Por um lado, os sindicatos grevistas, representados nomeadamente pela Rede de Associações de Professores de Universidades e Institutos Superiores do Congo (RAPUICO), acusam o Governo de não respeitar os acordos celebrados em Bibwa em 2023. Por outro lado, os professores , tal como a Associação de Professores da Universidade de Kinshasa (APUKIN), acreditam que foram alcançados progressos significativos e incentivam a continuação do diálogo em vez de uma greve.
As reivindicações dos grevistas são claras: exigem que o Governo respeite os compromissos assumidos em Bibwa, nomeadamente o pagamento de bónus em atraso, o estabelecimento de uma nova tabela salarial e o reconhecimento de diplomas. O coordenador do RAPUICO, professor Jean-Collins Musonda, enfatiza com firmeza essas reivindicações, afirmando que os professores têm o direito de exigir melhores condições de trabalho.
Perante esta situação tensa, as organizações sindicais devem encontrar um terreno comum para avançar no sentido de uma resolução pacífica do conflito. O professor David Lubo da APUKIN, por seu lado, defende o diálogo e afirma que foram feitos progressos, nomeadamente no que diz respeito ao pagamento de determinados prémios. Ele acredita que o Governo tem feito esforços e que as negociações devem ter a oportunidade de encontrar soluções duradouras.
Este impasse entre os professores e as autoridades congolesas surge num momento crucial do ano lectivo, com o início das aulas para muitos estudantes. É essencial que as partes interessadas encontrem um compromisso para garantir uma educação de qualidade e salvaguardar o futuro dos jovens estudantes do país.
Em última análise, a chave para a resolução deste conflito reside no diálogo, no respeito mútuo e na procura de soluções concretas para responder às legítimas exigências dos professores, garantindo ao mesmo tempo a continuidade das atividades académicas. É essencial que todos demonstrem responsabilidade e abertura para encontrar um terreno comum que conduza ao desenvolvimento do ensino superior na República Democrática do Congo.