Na República Democrática do Congo, a questão de possíveis alterações constitucionais suscita preocupações legítimas, expressas em particular por figuras políticas e defensores dos direitos humanos. Um destes intervenientes-chave, Jean-Claude Katende, partilhou recentemente reflexões profundas sobre as potenciais consequências de tal desenvolvimento para o Presidente Félix Tshisekedi.
Katende alerta para os perigos de uma comitiva política que procura acima de tudo bajular o poder existente, sem realmente se preocupar com o interesse nacional. Ele salienta que a experiência passada com o antigo Presidente Joseph Kabila mostrou como uma relação baseada na lisonja pode ser passageira, com os conselheiros a reunirem-se rapidamente em torno do novo líder assim que a roda do poder gira.
Com base nesta análise, Katende insiste na importância de o Presidente Tshisekedi se rodear de pessoas capazes de lhe oferecer conselhos sinceros e desinteressados. Esta qualidade de escuta e questionamento é essencial para evitar as armadilhas do isolamento e da complacência.
Ao colocar a necessidade do interesse nacional acima dos interesses pessoais da comitiva presidencial, Jean-Claude Katende apela a uma profunda reflexão política e ética. Destaca a responsabilidade dos líderes de permanecerem ligados à realidade no terreno e às aspirações das pessoas que devem servir.
Em última análise, a lição destes avisos é esta: a liderança esclarecida e ética depende da capacidade de ouvir vozes divergentes, questionar-se e agir no melhor interesse da nação. Ao integrar estes princípios na sua governação, Félix Tshisekedi poderia reforçar a sua legitimidade e relevância aos olhos dos seus concidadãos, consolidando ao mesmo tempo a democracia na República Democrática do Congo.