A queda do regime de Assad na Síria: um futuro incerto para o país devastado pela guerra

Um vento de mudança sem precedentes sopra na Síria, à medida que as forças rebeldes acabam com o governo do Presidente Assad, após 24 anos no poder. Forçado a fugir para a Rússia, Assad deixa para trás uma nação mergulhada na incerteza. Apesar da queda do regime, persistem tensões entre facções armadas da oposição, ameaçando a estabilidade do país. Os Estados Unidos e Israel estão a acompanhar de perto a situação, considerando oportunidades de expansão. A divisão da Síria em vários estados parece possível, indicando um futuro sombrio para a região. Enquanto a Rússia procura uma transferência pacífica de poder, a comunidade internacional observa com preocupação a evolução da situação na Síria, que enfrenta desafios políticos e humanitários complexos.
Nos últimos dias, um vento de mudança sem precedentes varreu a cena política na Síria. As forças rebeldes conseguiram acabar com o regime do Presidente Bashar al-Assad, que governou o país durante 24 anos na região do Levante. Forçado a fugir, Assad encontrou refúgio na Rússia.

O anúncio da queda do Presidente Assad foi transmitido pelas forças rebeldes na televisão estatal, quando estas deixaram Damasco quando as forças da oposição chegaram à capital. Os rebeldes proclamaram a “libertação” de Damasco e a queda do regime de Assad, especificando que todos os detidos tinham sido libertados.

A televisão estatal síria transmitiu uma imagem com a legenda “a vitória da grande revolução síria e a queda do regime criminoso de Assad”. Simultaneamente, o primeiro-ministro sírio, Muhammad Ghazi al-Jalali, disse numa mensagem gravada que o seu governo estava pronto “para cooperar com qualquer liderança escolhida pelo povo”.

Contudo, apesar da aparência de vitória, o país continua mergulhado num período de incerteza. Alaa Ezz al-Din, ex-diretor do Centro de Estudos Militares, expressou preocupação com a situação na Síria. Sublinhou que as facções armadas da oposição não estão em harmonia entre si e que cada milícia ou grupo armado controlará uma determinada área, levando a novos confrontos devido a diferenças ideológicas e doutrinárias.

Ele também disse que os Estados Unidos e Israel estão monitorando a situação sem intervenção direta, permitindo que as facções em conflito se enfraqueçam. Ele previu que Israel poderia explorar este caos para reforçar o seu controlo sobre as Colinas de Golã, ou mesmo estabelecer uma zona tampão no leste do Golã para protegê-lo, com a possibilidade de anexar esta região no futuro, a fim de realizar as suas ambições expansionistas.

A divisão da Síria em vários estados, talvez até três, poderá ser uma consequência dos conflitos em curso. Isto levaria a uma maior fragilidade e desintegração, o que serviria os interesses dos Estados Unidos e de Israel na região.

Segundo Alaa Ezz al-Din, este momento é difícil e é necessária a solidariedade de todos no Egipto e na região árabe. Ele enfatizou que o futuro árabe é sombrio, com a destruição do Iraque, da Síria e da resistência palestina.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia anunciou que o presidente sírio, Bashar al-Assad, deixou o cargo e emitiu instruções para uma transferência pacífica de poder após negociações com as partes no conflito sírio. Ele disse que estava em contato com todas as facções da oposição síria.

O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, diz que o presidente sírio, Bashar al-Assad, “fugiu de seu país” depois de perder o apoio de seu aliado russo.

Esta série de acontecimentos marca um importante ponto de viragem na história da Síria e da região, sugerindo um futuro incerto e complexo para o país devastado pela guerra. A comunidade internacional está a acompanhar de perto a evolução da situação, embora os desafios políticos e humanitários continuem a ser numerosos para os intervenientes envolvidos.

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