Fatshimetria
O sector do turismo é crucial para a África do Sul, mas é prejudicado por problemas de infra-estruturas relacionados com electricidade, água, transportes e gestão de resíduos. Estes desafios não afectam apenas a população local, mas também influenciam as decisões dos turistas e, portanto, o sucesso da indústria turística.
Os problemas de infra-estruturas da África do Sul não passam despercebidos na cena internacional. Os cortes de energia e as ameaças de escassez de água, como o Dia Zero na Cidade do Cabo e, mais recentemente, em Joanesburgo, foram amplamente divulgados pelos meios de comunicação internacionais, como o The New York Times, a National Geographic e a CNN. Estes relatórios tiveram um impacto nas escolhas dos viajantes, com alguns hesitando em visitar o país devido a estas questões.
Apesar destes desafios, a indústria do turismo da África do Sul está a começar a recuperar da pandemia da Covid-19, com 8,5 milhões de visitantes em 2023, contra 10,2 milhões em 2019. No entanto, as questões de infra-estruturas atrasam o desenvolvimento do sector e comprometem o seu potencial de criação de emprego. .
É essencial tomar medidas holísticas para resolver estas questões. A crise energética, em particular, tem sido um dos desafios mais sérios do país. Os cortes de energia têm um impacto direto nos viajantes, perturbando os seus planos de viagem, alojamento e atividades turísticas. Embora os cortes de energia tenham diminuído em 2024, a confiança na rede eléctrica permanece frágil após as perturbações de 2023.
A questão da água também é crucial. Joanesburgo, a maior cidade da África do Sul e um importante centro internacional, esteve perto do dia zero em diversas ocasiões. Esta instabilidade no abastecimento de água torna difícil aos operadores turísticos manter padrões de higiene adequados e satisfazer as necessidades básicas dos seus clientes.
O Conselho Empresarial de Turismo da África do Sul destacou a urgência de abordar estas questões de infra-estruturas para atingir a meta de 15,6 milhões de chegadas de turistas até 2030.
Além da electricidade e da água, os problemas de transporte são outro obstáculo. A má qualidade das estradas, os buracos perigosos e a falta de manutenção afectam a segurança dos turistas e o seu acesso a diversas atracções, especialmente nas zonas rurais. Além disso, os serviços ferroviários de passageiros de longa distância, como o famoso Comboio Azul, já não satisfazem as expectativas dos visitantes.
A falha na infra-estrutura de tratamento de águas residuais também leva a problemas ambientais, tais como derrames de produtos químicos em destinos turísticos costeiros. Estes incidentes afectam as empresas que operam nestas áreas e podem prejudicar o sucesso económico da região.
Uma abordagem integrada e proactiva ao planeamento e gestão de infra-estruturas é essencial para superar estes desafios complexos. Ao investir na reparação e melhoria de infra-estruturas, a África do Sul pode melhorar a experiência turística, apoiar o crescimento económico e criar oportunidades de emprego significativas.
É imperativo que o país tome medidas imediatas para resolver estas questões de infra-estruturas para garantir um futuro próspero para o sector do turismo e para a economia nacional como um todo.