Fortalecer as relações angolano-americanas: Joe Biden investe 600 milhões de dólares no corredor do Lobito

Durante a sua visita a Angola, o Presidente dos EUA, Joe Biden, destacou o compromisso dos EUA com África e prometeu um investimento de 600 milhões de dólares no Corredor do Lobito para revitalizar infra-estruturas. A visita teve como objectivo estreitar as relações com Angola, que nos últimos anos se tem aproximado dos Estados Unidos. Biden também falou da história comum dos dois países marcada pela escravidão. No entanto, dúvidas sobre o perdão de seu filho Hunter ofuscaram a visita. O futuro das relações EUA-África sob a administração Trump permanece incerto, embora a administração Biden espere um apoio contínuo ao investimento em África.
Fatshimetria

Durante a sua viagem de três dias, o Presidente dos EUA, Joe Biden, reuniu-se com o Presidente angolano, João Lourenço, que desde que assumiu o cargo, há sete anos, tem trabalhado para fortalecer as relações com os Estados Unidos.

“Os Estados Unidos estão totalmente comprometidos com África”, disse Biden durante o seu encontro com o Presidente Lourenço no palácio presidencial, destacando a robustez das relações angolanas com Washington.

Investimento americano em destaque

A visita de Biden teve como objetivo destacar o investimento dos EUA na região. Ao visitar a cidade costeira do Lobito, o presidente dos EUA prometeu um novo investimento de 600 milhões de dólares no corredor do Lobito.

Este projecto visa revitalizar as cadeias de abastecimento através da renovação de 1.300 quilómetros de ferrovias que ligam Angola às áreas ricas em minerais do Congo e da Zâmbia, na África Central.

O governo angolano aproximou-se dos Estados Unidos durante a actual presidência, após décadas de relações com a China e a Rússia.

No entanto, a crescente influência da China na região continua a ser uma preocupação para as autoridades norte-americanas.

Durante sua visita, Joe Biden também visitou o Museu Nacional da Escravidão do país. Falando num palco à beira-mar, ele disse que a história não pode e não deve ser apagada, e que embora a América tenha sido fundada no ideal de liberdade e igualdade, “está claro hoje que ainda não concretizamos plenamente este ideal”.

Biden destacou como Angola e os Estados Unidos, outrora ligados pelos horrores dos seres humanos escravizados, podem agora estar cada vez mais ligados pelas oportunidades económicas.

Uma pergunta que ofuscou a viagem

Uma questão que ofuscou a viagem foi a notícia de que Biden havia perdoado seu filho Hunter, poupando-o de uma possível pena de prisão por condenações federais relacionadas a armas e impostos. A notícia também marcou uma reversão nas promessas anteriores de Biden de não usar os poderes extraordinários da presidência para beneficiar sua família.

Quando os repórteres tentaram questionar o presidente sobre por que ele estava concedendo um perdão tão amplo a seu filho Hunter, depois de dizer repetidamente que não o faria, Biden tentou ignorar as perguntas. Ele gesticulou na direção de Lourenço e riu, declarando: “Bem-vindo à América”.

O que o futuro reserva sob Donald Trump?

Joe Biden entregará o poder ao presidente eleito Donald Trump em 20 de janeiro.

Lourenço, tal como muitos líderes de nações africanas, já começou a falar sobre o futuro dominado por Trump. Embora Trump tenha sido acusado de ter feito comentários depreciativos sobre as nações africanas no passado, a responsabilidade pela execução de projectos como o Corredor do Lobito recairá em breve sobre ele.

Funcionários da administração Biden dizem esperar que Trump e os principais republicanos continuem a adoptar uma abordagem pró-negócios no investimento em África, o que inclui apoio contínuo ao Corredor do Lobito.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *