No coração do Grande Kivu, uma região marcada por décadas de conflito, comunidades locais e personalidades uniram-se para expressar uma exigência premente: a fusão do processo de paz de Luanda com o Mecanismo de Monitorização do Acordo-Quadro de Adis Abeba. Esta iniciativa visa acelerar a restauração da paz no leste do país, uma região que carrega as cicatrizes da violência crónica e da instabilidade.
Durante uma reunião comovente em Goma, capital do Kivu do Norte, Joseph Nkinzo, presidente deste órgão, sublinhou a importância crucial desta fusão para compensar a lentidão do actual progresso diplomático. Segundo ele, reunir estes dois processos num único quadro unificado permitiria uma coordenação mais forte, evitando assim as armadilhas de compromissos múltiplos e, por vezes, de ações dessincronizadas.
As comunidades do Grande Kivu também defenderam uma inclusão mais significativa das autoridades tradicionais nestes mecanismos de monitorização da paz e dos acordos. A sua experiência local é considerada um trunfo importante para esclarecer questões específicas, como as relacionadas com as Forças Democráticas de Libertação do Ruanda (FDLR) ou questões de assentamento irregular de novas populações.
Numa demonstração de firmeza, representantes das comunidades locais exigiram o desmantelamento das FDLR, um grupo rebelde activo na região, bem como a retirada total das tropas ruandesas do solo congolês. Estas exigências reflectem o desejo feroz de restaurar um clima de segurança e estabilidade numa região há muito marcada pela violência e pelo sofrimento.
Por último, os intervenientes locais apelaram às autoridades regionais e internacionais para que tomassem medidas coercivas contra o regime de Kigali, acusado de apoiar grupos armados que operam no leste da RDC. Este desejo de ver prevalecer a justiça e a responsabilidade sublinha a urgência e a determinação das comunidades do Grande Kivu em construir um futuro melhor, baseado na paz e na cooperação.
Em suma, a fusão dos processos de paz em curso e o maior envolvimento dos intervenientes locais parecem ser alavancas essenciais para preparar o caminho para uma resolução duradoura dos conflitos no Grande Kivu. Esperemos que estes apelos sejam ouvidos e que sejam tomadas medidas concretas com o objectivo de construir um futuro de paz e prosperidade para esta região devastada.