Num contexto de busca constante pela independência energética, a refinaria de Port Harcourt, na Nigéria, gerida pela Nigerian National Petroleum Corporation Limited (NNPCL), encontra-se no centro de uma grande controvérsia relativamente às suas atividades operacionais. Supostamente desempenhando um papel crucial na produção de combustível, levanta questões sobre a sua real eficácia, apesar dos milhares de milhões de nairas investidos na sua reabilitação.
Uma das principais controvérsias em torno da refinaria diz respeito ao seu estado operacional. Embora a NNPCL tenha anunciado recentemente a retoma das operações, incluindo a produção de gasolina Premium Motor Spirit (PMS), os relatórios sugerem que a refinaria simplesmente misturaria componentes importados, como o C5 craqueado, com naftalina para produzir combustível, em vez de refinar o petróleo bruto localmente. Esta abordagem é criticada por ser ineficaz e por não cumprir a promessa de uma refinaria totalmente operacional.
Também foram levantadas preocupações sobre a qualidade do combustível misturado, com grupos da sociedade civil, incluindo a Coligação para a Responsabilidade e Transparência no Sector Energético (CATES), a questionar a transparência das informações fornecidas pelo NNPCL. Há alegações de riscos potenciais para os motores, bem como de não conformidade com padrões internacionais.
Além disso, pairam dúvidas sobre a escolha da Maire Tecnimont SpA como empreiteiro para a reabilitação da refinaria. Os líderes locais criticam a eficiência da empresa e o envolvimento insuficiente da comunidade, considerando o seu desempenho insatisfatório. Os pedidos para uma auditoria completa para esclarecer as capacidades reais da refinaria estão a aumentar.
Apesar das promessas de pleno funcionamento, a refinaria só funcionaria a 70% da sua capacidade, produzindo gasóleo mas não gasolina. Este mau desempenho dá continuidade à dependência da Nigéria de combustíveis importados, agravando os problemas económicos do país, incluindo os elevados custos dos combustíveis e a diminuição das reservas estrangeiras.
Esta controvérsia em torno da refinaria de Port Harcourt realça a dificuldade da Nigéria em alcançar a auto-suficiência energética. Com as suas três principais refinarias afetadas pela ineficiência e pelos atrasos, o país está sob pressão para encontrar soluções duradouras para a sua crise energética.