O recente protesto na Nigéria contra o aumento dos preços da gasolina pôs em evidência as crescentes frustrações dos cidadãos relativamente aos actuais desafios económicos e às preocupações relativamente ao funcionamento do sector petrolífero. Organizado pela Marcha dos Dois Milhões de Homens Contra a Cabala do Golpe do Petróleo, em colaboração com os Activistas dos Direitos dos Cidadãos e da Liberdade Económica da Nigéria (CEFRAN), o protesto revelou um profundo descontentamento com o aumento dos preços dos combustíveis, a escassez constante e o impacto económico na população.
Um dos pontos focais do protesto foram as críticas à liderança de Kyari, acusada de priorizar os interesses pessoais em detrimento do bem-estar público. Abdullahi Bilal, co-organizador do protesto, denunciou veementemente a actual política de preços, dizendo que os aumentos constantes nos preços dos combustíveis demonstram uma falta de consideração pelas necessidades dos nigerianos. Os manifestantes exigiram assim a demissão imediata de Kyari e apelaram a mudanças de liderança destinadas a colocar os interesses do povo em primeiro lugar.
Outra grande preocupação expressa durante o protesto foi o sistema de subsídios aos combustíveis, visto como um mecanismo que fomenta a corrupção e alimenta a desigualdade. Os participantes apelaram à desregulamentação total deste sector, a fim de introduzir mais transparência e concorrência.
Além disso, os manifestantes condenaram a importação de combustível falsificado, descrito como uma prática prejudicial que agrava a crise energética nacional. Eu. Napoleão Otache, representante do CEFRAN, exigiu responsabilização, ressaltando que essas ações prejudicam gravemente o dia a dia dos nigerianos, já impactados pelas filas intermináveis nas bombas de gasolina.
Finalmente, a anunciada renovação das refinarias nigerianas, com um orçamento de 4 mil milhões de dólares atribuídos para este fim, foi uma grande preocupação. Os manifestantes expressaram a sua decepção com os atrasos na execução desta obra, sublinhando que as promessas de reforma continuam em grande parte por cumprir, apesar das expectativas do povo.
Este dia de mobilização destacou a insatisfação generalizada dos nigerianos com os desafios persistentes do sector petrolífero e o impacto directo nas suas vidas quotidianas. As exigências dos manifestantes reflectem um apelo urgente à acção, responsabilização e transparência, com o objectivo de promover mudanças significativas e duradouras para o bem-estar do povo nigeriano.