O massacre de Thiaroye em 1944 continua a ser uma página sombria e dolorosa da história franco-africana. Este trágico acontecimento, ocorrido há 80 anos, continua a suscitar questões e a exigir reconhecimento e verdade. As vozes dos artistas e dos descendentes das vítimas unem-se para prestar homenagem aos fuzileiros massacrados e para exigir justiça.
Senny Camara, neta de um fuzileiro senegalês, simbolizou esta busca pela verdade através da sua música. Sua comovente peça, intitulada “Thiaroye 44”, narra o horror vivido pelos soldados “nativos” sacrificados em Thiaroye. Esta obra musical, inspirada nas histórias comoventes do seu avô, capta a emoção e a verdade de um acontecimento há muito escondido.
Da mesma forma, Matador, rapper e slammer de Thiaroye, dedicou uma parte significativa de sua carreira a evocar o massacre através de seus textos comprometidos. Para ele, é fundamental fazer ouvir a voz das vítimas e restabelecer a verdade sobre os acontecimentos de 1º de dezembro de 1944. Seu novo título, “Hecatombe”, serve como um lembrete da importância de não esquecer o passado e de honrar a memória do falecido.
Apesar dos anos que se passaram desde esta tragédia, a busca pela verdade continua viva. As autoridades francesas reconheceram recentemente oficialmente o massacre de Thiaroye, marcando um passo no sentido do reconhecimento desta tragédia há muito escondida. No entanto, familiares das vítimas e historiadores apelam a mais transparência e acesso aos arquivos para esclarecer este massacre colonial.
Através da música, da literatura e dos testemunhos, a memória de Thiaroye continua a vibrar e a ressoar. É essencial preservar esta história, por mais dolorosa que seja, honrar a memória dos soldados que tombaram em Thiaroye e construir uma memória colectiva aberta e respeitosa. A emoção e a verdade expressadas pelos artistas e testemunhas desta tragédia recordam-nos a importância de recordar e fazer justiça aos esquecidos pela história.