O sector petrolífero da Nigéria é actualmente palco de grande controvérsia, uma vez que os comerciantes de petróleo do país questionam a capacidade da refinaria de Dangote para satisfazer a procura local de combustível. Esta controvérsia decorre do argumento apresentado pelos comerciantes segundo o qual o volume de Premium Motor Spirit fornecido pela refinaria com sede em Lekki, avaliado em 20 mil milhões de dólares, é insuficiente para satisfazer as necessidades do mercado interno.
Os comerciantes de petróleo nigerianos estão a fazer eco das preocupações expressas pelo Congresso Sindical sobre o volume de combustível que a refinaria de Dangote produz diariamente. Foram feitas alegações de que a refinaria não está a cumprir a promessa de produzir 25 milhões de litros por dia.
Na verdade, em Setembro passado, a Autoridade Reguladora do Petróleo a montante e a jusante da Nigéria anunciou que a refinaria de Dangote abasteceria diariamente o mercado nigeriano com 25 milhões de litros de combustível. No entanto, após o início do fornecimento de combustível à Nigerian National Petroleum Company Limited (NNPCL), a companhia petrolífera nacional revelou que a refinaria estava a lutar para cumprir o seu compromisso de 25 milhões de litros por dia. Segundo a NNPC, a refinaria só conseguiu fornecer 16,8 milhões de litros dos 25 milhões acordados.
Um distribuidor de petróleo, entrevistado pela Punch, afirma que a refinaria Dangote não está a produzir mais de 10 milhões de litros de combustível como inicialmente anunciado. Perante este défice, os distribuidores preparam-se para lançar importações de combustíveis para compensar a alegada incapacidade da refinaria de Dangote em satisfazer as necessidades do mercado.
Hamed Fashola, vice-presidente nacional da Associação Independente de Comerciantes de Petróleo da Nigéria, disse recentemente que a associação adquiriu dois navios-tanque em Lagos e Calabar. Ele sublinhou a importância de diversificar as fontes de abastecimento no caso de desregulamentação total do sector petrolífero a jusante. Segundo ele, é fundamental que cada interveniente possa importar combustível para o mercado para evitar uma situação de monopólio que não seria favorável aos consumidores nigerianos.
Esta situação levanta questões sobre a capacidade efectiva da refinaria de Dangote para satisfazer as necessidades de combustível do mercado nigeriano e destaca questões-chave no sector petrolífero do país. Será crucial acompanhar de perto a evolução deste caso e as decisões tomadas pelas autoridades e pelos intervenientes da indústria nos próximos meses.