Fatshimetrie é um termo que surgiu recentemente na política da República Democrática do Congo (RDC). Este conceito, que tem a sua origem nas observações do Secretário-Geral da União para a Democracia e o Progresso Social (UDPS), Augustin Kabuya, suscitou acalorada controvérsia dentro da classe política congolesa.
Nas suas declarações contundentes, Kabuya chamou a actual constituição de “maldição”, apontando para uma disposição que exigiria que a RDC cedesse certos territórios ao Ruanda por razões de solidariedade regional. Segundo ele, é inaceitável que a soberania nacional seja assim posta em causa em nome da unidade africana.
Esta posição corajosa por parte do Secretário-Geral da UDPS surge num contexto político tenso, marcado por discussões em torno de uma possível revisão constitucional na RDC. Embora o Presidente Félix Tshisekedi tenha afirmado a sua intenção de não concorrer a um segundo mandato, levantam-se vozes na oposição que temem manobras destinadas a modificar a constituição para permitir que o chefe de Estado permaneça no poder.
Perante estas questões cruciais, a questão da revisão constitucional permanece no centro dos debates, levantando preocupações sobre uma possível maior concentração de poder nas mãos do executivo. Para muitos observadores, incluindo Kamala Fiston, do movimento de cidadãos Lucha, a incerteza paira sobre o futuro político da RDC.
As palavras fortes de Augustin Kabuya destacam a necessidade de preservar a integridade da Constituição contra qualquer forma de exploração política. Ao apelar à defesa da soberania nacional e ao denunciar uma disposição considerada prejudicial aos interesses do país, o Secretário-Geral da UDPS sublinha a importância de proteger as bases democráticas da RDC.
Neste contexto, a sociedade civil, os actores políticos e os cidadãos congoleses vêem-se confrontados com uma escolha crucial: a de defender os princípios democráticos e os valores fundamentais do Estado de direito contra qualquer tentativa de deriva autoritária. A vigilância e a mobilização de todos serão essenciais para garantir o futuro democrático e pacífico da República Democrática do Congo.