Nas eleições locais de 2021 na Tanzânia, os cidadãos expressaram a sua voz através das urnas, representando um momento crucial para as instituições democráticas do país antes das eleições presidenciais do próximo ano. Com uma população de cerca de 31 milhões de pessoas elegíveis para votar, estas eleições visavam eleger mais de 80.000 líderes de rua e de aldeia, cargos que detêm um poder considerável no país.
O partido no poder, há décadas, Chama Cha Mapinduzi, do Presidente Samia Suluhu Hassan, enfrenta forte oposição dos partidos da oposição que boicotaram as eleições de 2019. Apesar das promessas do presidente de eleições livres e justas, foram denunciadas alegações de irregularidades e casos de repressão antes da votação.
O principal partido da oposição, Chadema, acusou as autoridades de fraude eleitoral depois de milhares dos seus candidatos terem sido desqualificados. Um porta-voz do partido disse que houve “numerosas irregularidades”, incluindo preenchimento de votos.
Chadema também lamentou a morte de três dos seus membros nas vésperas das eleições e a breve prisão do líder do partido Freeman Mbowe durante um comício no fim de semana passado. Estes acontecimentos suscitaram preocupações sobre a segurança e a liberdade de expressão na Tanzânia.
A Presidente Hassan assumiu o cargo após a morte súbita, em 2021, do seu antecessor autoritário, John Magufuli. Inicialmente, ela foi elogiada por aliviar as restrições de Magufuli à oposição e aos meios de comunicação. No entanto, grupos de direitos humanos e governos ocidentais criticaram o que consideram um regresso à repressão antes das eleições de quarta-feira.
Estas eleições locais na Tanzânia destacaram os desafios contínuos que a democracia enfrenta no país e suscitaram preocupações sobre a transparência e integridade do processo eleitoral. É essencial que o governo da Tanzânia tome medidas para garantir eleições livres e justas, garantindo assim a legitimidade e a confiança do povo tanzaniano no sistema democrático do seu país.